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Jornada alerta para impactos de usinas no Tietê, em SP

G1

Ambientalistas e prefeituras de quatro cidades cortadas pelo rio Tietê, em São Paulo, se mobilizam a partir de amanhã em protesto contra projetos de instalação de usinas hidrelétricas no Médio Tietê.

A Jornada pelo Tietê, com atividades em Itu, Salto, Porto Feliz e Cabreúva, cidades cortadas pelo rio, também vai alertar a sociedade para os impactos que a proposta de mudança no Código Florestal pode trazer para a região. A mobilização ocorre pelo terceiro ano consecutivo e se encerra no sábado com uma caminhada pela Estrada Parque Itu-Cabreúva, que margeia o rio.

Manifestantes pretendem mostrar os problemas ambientais que irão ocorrer caso seja autorizada a construção de quatro Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCE) no rio Tietê, entre os municípios de Cabreúva e Salto. Três empresas manifestaram formalmente interesse nas usinas, através de protocolos na Secretaria Estadual do Meio Ambiente.

"Os efeitos positivos dos investimentos que o governo estadual está fazendo no projeto Tietê, na Grande São Paulo, serão neutralizados pelos lagos que as barragens irão formar, ou seja, é como se o dinheiro fosse jogado fora", disse a bióloga Valéria Rustici, da SOS Mata Atlântica, entidade parceira da jornada.

A caminhada terá início em Itu, próximo da ponte sobre o rio Tietê, e seguirá pela estrada-parque até o portal de Cabreúva. Os manifestantes estarão vestindo azul e branco. "A participação é livre e durante o trajeto vamos fazer paradas para verificar as condições do rio", disse Valéria. Os impactos da proposta de mudança no Código Florestal serão discutidos no 1º Encontro do Fórum Permanente de Defesa do Médio Tietê, na quarta-feira, 16, em Salto.

De acordo com a bióloga, as mudanças propostas podem ser desastrosas para o meio ambiente na região. "De 80% a 90% das propriedades rurais da bacia do Médio Tietê têm menos de quatro módulos rurais e ficariam desobrigadas de manter a reserva legal". Além disso, segundo ela, 95% dos mananciais que formam as fontes de abastecimento da região são pequenos córregos, que teriam redução de 30 para até 5 metros na mata ciliar.
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