Imprimir

Notícias / Brasil

‘Foi apavorante’, diz vítima de acidente com ônibus que invadiu hotel

G1

O eletricista Roberto Carlos Figueira, de 46 anos, ainda não consegue acreditar como escapou quase sem ferimentos de uma batida com o ônibus desgovernado que atingiu três carros, uma moto, dois pedestres e um hotel nesta terça-feira (15), em Santa Bárbara D’Oeste, a 135 km de São Paulo. Ele dirigia um dos veículos atingidos e contou que, no rápido momento entre a percepção da chegada do ônibus e a colisão, só teve tempo de virar o volante do carro. Foi o que o salvou.

“Foi apavorante. Estava parado no semáforo. Quando abriu, eu passei. Não andei nem cinco metros e dei de frente com o ônibus, que já tinha cruzado a ponte. No susto, a única coisa que consegui fazer foi puxar a direção e tirar a frente do carro. Ele colidiu na traseira do meu carro e pegou o motoqueiro que estava atrás. Arrancou as duas rodas traseiras”, contou ele, que teve apenas escoriações no pescoço e no peito devido ao impacto do cinto de segurança.

Quando saiu de seu carro, Figueira viu que o coletivo já havia atingido a fachada do hotel. Duas pessoas morreram e seis ficaram feridas – pelo menos quatro seguiam internadas em hospitais da região nesta quarta-feira (16).

O eletricista ainda não sabe como conseguiu ter o reflexo rápido para escapar de ferimentos mais graves. “Foi piscar o olho, eu tirar o carro e ele bater na traseira. Foi muito de repente, muito rápido, não teve nem como evitar. Na hora em que eu saí [do carro], não acreditei que estava bem. Quebrou os eixos do carro e comigo não aconteceu nada. Saí até meio atordoado”, contou.

Ferreira foi levado por uma mulher que estava no local do acidente ao hospital, onde foi atendido e liberado por volta das 21h30. Ele passou a noite em casa, mas teve dificuldades para dormir – além das dores, a memória do acidente o atormentava. “Veio tudo o que aconteceu na hora.”

Outras vítimas
Morreram no acidente o pastor Armando de Souza Gonsaga, de 67 anos, que estava na calçada em frente ao hotel e ainda tentou fugir do veículo, e o comerciante Rubens Ribeiro, de 56 anos, que estava em uma motocicleta que foi atingida pelo ônibus.

Outras cinco pessoas ficaram feridas, além de Figueira: Amauri Gonçalves de Oliveira, de 42 anos, diretor de uma companhia de teatro, a mulher dele, Renata Rosilei de Paula Oliveira, de 36 anos, outro diretor da companhia, Roberto Luis Isler, de 44 anos, Roseli Pereira dos Santos, de 50 anos e Maria Lúcia de Souza Bonvechio, de 50 anos. Os quatro primeiros estavam em três carros atingidos pelo ônibus; Maria Lúcia estava na calçada e foi atingida pouco antes de o veículo destruir a fachada do hotel.

Parentes de Roberto Luis Isler que estiveram na Delegacia Central da cidade informaram que ele está internado na Santa Casa do Município e passará por uma cirurgia nesta manhã. Ele sofreu fraturas nas costelas e teve um pulmão perfurado. Amauri de Oliveira também estava internado na Santa Casa; sua mulher foi encaminhada para o Hospital da Unimed de Americana, cidade vizinha. Os três estavam no mesmo carro e voltavam de Americana no momento do acidente.

Maria Lúcia, que foi atropelada, teve fraturas nas duas pernas e na bacia e está internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital São Lucas, em Americana, na mesma região. Segundo seu marido, o tecelão Renê Aparecido, ela havia saído do trabalho e ia encontrá-lo em uma farmácia próxima ao hotel quando ocorreu o acidente. “Ela está consciente, conversando, disse que foi arremessada para um canteiro pelo ônibus. Eu estava na farmácia e vi o ônibus descendo em alta velocidade”, afirmou.

A equipe de reportagem do G1 não conseguiu contato com a família de Roseli Pereira dos Santos. Segundo a prefeitura da cidade, ela foi atendida no pronto-socorro Edson Mano e liberada.
Imprimir