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PMs acusados de integrar “highlanders” choram e negam crimes em julgamento

R7

Os dois ex-PMs acusados de integrar um grupo de extermínio conhecido como "highlanders" choraram durante interrogatório no Tribunal de Justiça de Itapecerica da Serra na tarde desta quinta-feira (17) e negaram ter cometido os crimes pelos quais são acusados. O júri de Jorge Kazuo Takiguti e João Bernardo da Silva começou nesta manhã e deve terminar na noite desta quinta-feira.

Segundo a Justiça de São Paulo, os réus culparam os outros três policiais militares que também são acusados de participar do grupo de extermínio pelas mortes de Roberth Sandro Campos Gomes, de 19 anos, o Maranhão, e Roberto Aparecido Ferreira, de 20 anos, o Bebê.

As vítimas teriam sido sequestradas pelos PMs no Capão Redondo, na zona sul de São Paulo, na madrugada de 6 de maio de 2008. Os corpos dos dois jovens foram encontrados decapitados em Itapecerica da Serra.

Marcos Aurélio Pereira Lima, Ronaldo dos Reis Santos e Rodolfo da Silva Vieira serão julgados separadamente, pois a Justiça decidiu desmembrar o caso. O trio também é acusado de participar dos assassinatos de Ferreira e de Gomes. A data para o júri ainda não foi marcada.

Até a tarde desta quinta-feira (17) já haviam sido ouvidas três testemunhas da acusação e três da defesa, além dos dois réus que foram interrogados. Após intervalo, seria dado início à fala da promotoria e da defesa. Cada um tem duas horas e meia para apresentar seus argumentos ao júri popular. Com direito a réplica e tréplica, esta etapa do julgamento pode durar até nove horas.

O julgamento de um dos três ex-PMs também acusado de integrar o grupo foi cancelado nesta quinta-feira (17). Segundo o TJ, o a audiência de Jonas Santos Bento foi remarcada para novembro porque seu advogado não compareceu à sessão.

Acusação

De acordo com os promotores do Ministério Público (MP) Salmo Mohmari dos Santos Junior e Marcos de Matos, que ofereceram a denúncia, os PMs "agiram como justiceiros, em atividade típica de grupo de extermínio". Segundo a denúncia, Gomes e Ferreira foram executados porque supostamente estavam envolvidos com tráfico de drogas.

Os PMs foram presos no final de 2009 e levados para o presídio militar Romão Gomes Pinto, na zona norte da capital, onde permanecem até os dias de hoje. Eles negam a autoria do crime.
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