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PM decreta alerta máximo após conflitos em usina em Rondônia

G1

A Polícia Militar de Rondônia decretou, nesta sexta-feira (18), alerta máximo em Porto Velho, após a série de protestos de trabalhadores da Usina Hidrelétrica de Jirau desde terça-feira (15). Como parte dos alojamentos das obras foi destruído, cerca de 12 mil funcionários migraram para a capital do estado e foram acomodados em alojamentos improvisados, montados em três casas de shows e um ginásio poliesportivo.

A medida foi adotada pelo comando da corporação após uma série de boatos de que haveria saques a lojas e estabelecimentos bancários em Porto Velho. A Polícia Militar, no entanto, não registrou nenhuma ocorrência policial que tivesse ligação com os trabalhadores da usina.

O policiamento da capital conta com efeito da PM e da Força Nacional, que chegou ao local nesta quinta-feira. Segundo o coronel Paulo Cesar de Figueiredo, comandante geral da Polícia Militar de Rondônia, o Serviço de Inteligência da corporação está analisando as informações relacionadas aos saques. O patrulhamento nas áreas comerciais foi reforçado para evitar novos tumultos.

Questões trabalhistas
O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 14ª Região decidiu instalar, nesta sexta-feira, pelo menos duas varas itinerantes para atender aos pedidos de trabalhadores que participam das manifestações na Usina Hidrelétrica de Jirau. A ação é coordenada pela desembargadora Vania Maria da Rocha Abensur, presidente do TRT. Ela deve ouvir possíveis reclamações trabalhistas e realizar audiências de conciliação e julgamento.

Em nota, o tribunal informou que os juízes federais do trabalho Domingos Sávio Gomes dos Santos, Rui Barbosa de Carvalho Santos, Francisco Montenegro Neto e Edilson Carlos de Souza Cortez vão coordenar os trabalhos nas duas primeiras varas em funcionamento. Uma delas foi montada no Ginásio de Esportes do SESI, em Porto Velho, onde funciona um alojamento improvisado para parte dos operários que pararam de trabalhar.

Segundo o TRT, parte dos operários quer voltar para suas cidades de origem, deixando o trabalho na usina, e outros querem retomar o trabalho no canteiro de obras, mas temem sofrer represálias.

Paralisação
Os operários da Usina Hidrelétrica de Santo Antônio, em Porto Velho, pararam o trabalho na manhã desta sexta-feira, segundo informações da Concessionária Santo Antônio Energia, responsável pela futura geração de energia da usina. Ainda de acordo com a empresa, a medida foi tomada em consenso com os funcionários para evitar confrontos na obra, assim como tem ocorrido no canteiro da usina de Jirau, desde terça-feira (15).

Segundo a concessionária, cerca de 15 mil trabalhadores de Santo Antônio deixam as atividades até domingo (20). Ao contrário do que ocorreu em Jirau, o clima nesta usina é pacífico e não houve confronto. A assessoria de imprensa da Polícia Militar disse que há efetivo da corporação e da Força Nacional de Segurança nas proximidades da usina de Santo Antônio para garantir a segurança das instalações e dos operários.

Série de protestos
Na noite desta terça-feira, cerca de 45 ônibus e 15 carros administrativos foram queimados por operários, que também depredaram 30 instalações e 35 alojamentos da usina. Após uma trégua na quarta-feira (16), os manifestantes voltaram a atear fogo a ônibus, carros e alojamentos nesta quinta-feira.

Para dar apoio à Polícia Militar local e fortalecer a segurança nas obras da Usina Hidrelétrica de Jirau, uma tropa da Força Nacional foi enviada ao local.

Segundo o governo de Rondônia, o Ministério da Justiça confirmou o envio de 600 homens da tropa da Força Nacional. O Ministério da Justiça confirma o envio das tropas, que já estão no local, mas não especificou a quantidade do efetivo deslocado por considerar a informação estratégica e de segurança nacional.
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