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'Quando a água chegou eu tive que sair nadando', afirma morador

G1

A comunidade rural do Morro Alto, em Morretes, no litoral do Paraná, foi devastada por uma enchente na madrugada da sexta-feira da semana passada (11). Cerca de cem famílias tiveram de sair às pressas, ameaçadas pela correnteza que trazia troncos inteiros de árvores. O solo está revirado.

O único jeito de chegar é de helicóptero ou com caminhonetes tracionadas nas quatro rodas (é preciso atravessar rios, córregos e estradas lamacentas). Várias pontes caíram, isolando residências da rua principal. Troncos e pedras servem de apoio para as travessias mais rasas, mas em alguns casos, é preciso fazer contornos cansativos para atravessar o rio em algum ponto menos prejudicado.

Uma semana depois, muita gente voltou para casa, "apesar dos apelos para que esperassem mais tempo", diz um voluntário da Defesa Civil. O trabalho de limpeza é praticamente impossível, pela falta de água. O que se pode fazer é reunir o que restou dos móveis e juntar a lama com pás e enxadas.

Caminhões e tratores trabalham para recuperar os acessos. Alguns carregam novos postes (os antigos não resistiram à força da água). Parte do Morro está no escuro.

Aos 11 anos, Arquimedes Neves viu a casa desabar. Nem as paredes resistiram. Tudo está no chão, em meio à lama. A geladeira está com a porta aberta, ainda com alguns alimentos. Camas, colchões, roupas: uma casa inteira no chão. "Quando a água chegou eu tive que sair nadando", ele diz enquanto brinca na destruição. E acredita que "o governo vai ajudar a dar uma casa".
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