Imprimir

Notícias / Brasil

Justiça do Trabalho atende operários que trabalhavam em usina em RO

G1

A Justiça do Trabalho organizou, na tarde deste sábado (19), em Porto Velho, dois postos avançados para atender os operários que trabalhavam no canteiro de obras da Usina Hidrelétrica de Jirau. Os postos estão localizados em frente a uma boate e dentro de um ginásio do Sesi. Além desses locais, outras duas equipes da Justiça do Trabalho circulam nas dependências da usina para tirar dúvidas dos trabalhadores que ainda estão no local.

Os trabalhadores foram afetados por uma confusão no canteiro de obras teve início na noite de terça-feira (15), quando diversos ônibus foram incendiados por grupos de operários. Segundo a Polícia Militar, os alojamentos e a área de lazer do local também foram depredados. O tumulto teria começado após uma briga entre dois operários e não há reivindicações trabalhistas. Apesar da ameaça de greve por reajuste salarial e benefícios, nenhuma reivindicação trabalhista foi entregue oficialmente à empresa até a noite deste sábado.

Na quarta-feira (16), os manifestantes fizeram uma trégua, mas na quinta-feira (17) voltaram a atear fogo a ônibus, carros e alojamentos. Na sexta-feira (18), por medo de saques, o comércio em Porto Velho ficou fechado e a polícia reforçou a segurança.

Nos postos, a Justiça tira dúvidas e distribui impressos que devem ser preenchidos com dados pessoais dos trabalhadores. O objetivo é localizá-los facilmente em caso de rescisão contratual e garantia dos direitos trabalhistas.

Os postos contam com uma equipe de plantão composta por juízes e servidores responsáveis pelas orientações e recebimento dos impressos.

Operários voltam para casa
Mais de dois mil operários da construtora Camargo Corrêa que trabalhavam na construção da Usina Hidrelétrica de Jirau, em Rondônia, deixaram o estado entre sexta-feira (18) e o fim da tarde neste sábado (19). Até quarta-feira (23), a previsão é de que oito mil pessoas deixem Rondônia.

Segundo a empresa, 8 mil pessoas passaram pelos alojamentos criados em Porto Velho após a destruição das instalações no canteiro de obras. Todos esses trabalhadores devem deixar a região. A construção da usina levou para Rondônia cerca de 40 mil profissionais de diversos estados do país.

Em nota oficial, a empresa informa que as obras da usina vão permanecer paradas e não há previsão de retorno das atividades. As obras serão retomadas depois que os danos forem contabilizados e a Secretaria de Segurança Pública de Rondônia possa garantir a segurança do local.

Sem reivindicações
A Camargo Corrêa informou que não havia recebido nenhuma pauta trabalhista até a noite de sábado (19) que poderia ter motivado os atos de vandalismo no canteiro de obras da usina.

Em nota oficial divulgada na sexta-feira (18), o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil (STICCERO) ressalta que os fatos ocorridos não resultaram de ação sindical ou trabalhista. O órgão ainda informa que o Sindicato e os trabalhadores sempre atuaram de forma organizada e pacífica para conquistar direitos da categoria.
Imprimir