Imprimir

Notícias / Carros & Motos

Toyota quer vender mais de 100 mil carros no mercado brasileiro em 2011

G1

Focada no crescimento dos países emergentes do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), a japonesa Toyota lança um novo plano ofensivo para crescer e tornar as subsidiárias localizadas nesses países mais autônomas. No mercado brasileiro, o primeiro passo é o lançamento do Corolla 2012. Afinal, as vendas do modelo representam praticamente 50% de todo o volume que a Toyota vende no mercado nacional. Para este ano, a japonesa pretende ultrapassar a marca de 100 mil unidades comercializadas no país — em 2010, foram 99,7 mil carros emplacados.

Com linhas mais leves e o novo motor 1.8 VVTi de 16 válvulas flex, o Corolla vem ainda com a missão de “segurar” os consumidores de sedãs médios no segmento, já que muitos deles têm migrado para o de utilitários esportivos. A meta, de acordo com o vice-presidente sênior da Toyota Mercosul, Luiz Carlos Andrade Junior, é vender 55 mil unidades do modelo no Brasil este ano. Isso representaria 30% do segmento de sedãs médios, em que o principal concorrente é o Honda Civic.

“O que não queremos é perder participação de mercado, porque o segmento está cada vez mais disputado e, além disso, sabemos que o consumidor deste tipo de carro tem se interessado por outros segmentos, como os SUVs”, explicou Andrade durante o lançamento do Corolla nesta terça-feira (22), em Atibaia.

O que completará o volume total, na opinião do vice-presidente, será o aumento das vendas dos modelos importados e dos utilitários esportivos Hilux e SW4, estes devem somar 39 mil unidades vendidas.

Apesar da atualização da 10ª geração do Corolla, a mudança de preços não foi tão significante. O valor da versão básica, XLi, subiu de R$ 67.140 para R$ 68.500. Por outro lado, a topo de linha, Altis, teve preço reduzido de R$ 89.180 para R$ 87.500, isso porque é a opção menos procurada do modelo. “Investimos em um marketing agressivo para este lançamento”, destaca Andrade. O carro chega às lojas no dia 29 deste mês.

Fábrica no segundo semestre de 2012
A agressiva estratégia da Toyota no país culminará na abertura da segunda fábrica da japonesa no Brasil. Localizada em Sorocaba, no interior de São Paulo, ela deve ficar pronta no segundo semestre de 2012 e será responsável pela produção de 70 mil unidades já no primeiro ano de operação. Será em Sorocaba a linha do compacto Etios, que atenderá todo o Mercosul. O novo modelo, desenvolvido no Japão para países emergentes, será lançado no ano que vem.

O carro foi lançado primeiramente na Índia, em dezembro do ano passado. De acordo com Andrade, o modelo será todo adaptado para o Brasil. “A plataforma será a mesma, mas o resto será todo modificado para o gosto do brasileiro”, destaca o executivo.

Prius no Brasil
Outro carro que chega entre este ano e o ano que vem é o híbrido Prius. Segundo o vice-presidente, a dificuldade de lançar o modelo no país está na adaptação do motor para receber a gasolina brasileira, que tem obrigatoriamente 25% de etanol anidro. “É natural importarmos o Prius e é muito importante tê-lo em nosso portfólio. As pessoas estão preocupadas sim com as questões ambientais, a mentalidade está mudando”, analisa Andrade.

50% na mão dos emergentes
A Toyota quer ampliar para 50% as vendas anuais nos mercados emergentes a partir de 2015, e atingir a marca de 10 milhões de unidades vendidas. Em 2010, 60% da vendas da companhia ficaram nas mãos de Estados Unidos, Japão e União Europeia e os 40% restantes na dos outros países. Para o presidente da Toyota Mercosul, Shunichi Nakanishi, isso poderá significar maior investimento na engenharia local, no caso, a brasileira. “Como isso será feito ainda será decidido pela matriz, mas sem dúvida as operações no Brasil terão mais autonomia”, destaca Nakanishi.

Sobre o impacto da série de recalls na imagem da marca, Nakanishi argumenta que o cliente está em primeiro lugar e que a Toyota irá superar a situação com “humildade e competência”. Segundo ele, a preocupação da empresa agora é com o impacto do desastre causado pelo Tsunami no Japão e a alta do iene. “Vamos reduzir os custos fixos e melhorar a produtividade”, afirma Nakanishi. Uma equação difícil se for levar em conta as melhorias na qualidade, que a Toyota tanto quer mostrar aos seus clientes.
Imprimir