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Notícias / Cidades

Militares acusados de chacina são absolvidos

De Barra do Garças - Ronaldo Couto

O Júri Popular contra militares acusados de participarem de um grupo de extermínio que agia dentro da Polícia Militar de Goiás no município de Aragarças com incursões em Barra do Garças-MT teve seqüência nesta quarta-feira (23). O tenente Gustavo Rocha e do soldado Antônio Divino da Silva Moreira foram absolvidos por unanimidade pelos jurados por falta de provas de que eles teriam dado cobertura aos executores de uma chacina num bar, em fevereiro de 2008.

Na denúncia oferecida pelo Ministério Público do Estado (MPE), os militares estariam de trabalho na noite do crime numa viatura do Grupamento de Patrulhamento Tático (GPT) e teriam facilitado à ação dos executores que estariam de moto.

Na chacina foram mortas duas pessoas João Paulo Sales Bezerra e Rosivaldo José de Almeida. Uma terceira pessoa que estava no bar sobreviveu Wesley Silva Santana e se tornou testemunha contra os militares e está incluído hoje no programa de proteção a testemunhas. Na mesma noite dos crimes, o segurança Wilson Oliveira Luz foi executado em Barra do Garças cuja autoria é atribuída supostamente a esse grupo de extermínio.

O primeiro militar a ser julgado foi o sargento Celso Pereira de Oliveira, apontado como mentor do grupo de extermínio e apontado por Wesley como um dos executores da chacina ocorrida no bar. Celso foi condenado a 19 anos e seis meses de prisão. Os advogados de defesa do militar informaram que vão recorrer alegando que houve incoerência no julgamento, pois a testemunha afirma que sargento estava na chacina atirando numa vitima e a outra vitima teria sido executada por outro suspeito. Porém a defesa alega que os disparos foram efetuados somente por uma arma.

O Júri Popular prossegue nesta quinta-feira (24) com julgamento dos soldados Vandir Silva e João Oliveira Diniz Junior. Finalizando a pauta sobre esse assunto na sexta-feira (25) será a vez do tenente Neidmar da Silva Camilo e do soldado Odair Fernando Souza sentarem no banco dos réus. Os militares da GPT de Aragarças são acusados de 16 mortes e sete tentativas de homicídios ocorridas no Vale do Araguaia. Eles estão presos aguardando julgamento desde 2008.
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