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Notícias / Ciência & Saúde

Prefeitura contesta agrotóxico em leite materno

De Sinop - Alexandre Alves

O secretário de Agricultura e Meio Ambiente de Lucas do Rio Verde, Edu Pascoski, estranha o fato de a pesquisa da mestranda em Saúde Coletiva, Danielly de Andrade Palma, apresentada no dia 15 de março na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e que aponta a presença de agrotóxicos no leite materno, ter ganhado repercussão nacional, sem que a parte mais interessada tenha sido comunicada.

“A prefeitura não tem nada a esconder, muito pelo contrário, está disposta a aprofundar o trabalho e buscar as soluções necessárias”, disse, por meio de assessoria.

Segundo o secretário, a intenção é propor junto aos responsáveis a criação de um grupo de trabalho para que possa avaliar melhor alguns aspectos da pesquisa, principalmente no que diz respeito à metodologia e ao histórico das 62 mulheres avaliadas, para que a partir dos resultados possam ser estabelecidas outras ações de controle.

Pascoski explica que o estudo está relacionado a um fato isolado, a revoada de agrotóxicos que ocorreu em 2007 e atingiu o perímetro urbano. Porém, segundo ele, desde o incidente, o poder público tem tomado as providências necessárias para conter o avanço da agricultura nas áreas urbanas, com a fiscalização e a elaboração de leis que limitam o uso de defensivos e estabelecem o isolamento entre as áreas do município.

O secretário ressalta ainda os equívocos existentes a respeito do volume de agrotóxicos divulgado pela pesquisa, uma vez que existem particularidades na produção agrícola do município que devem ser consideradas. “Diferente de outras regiões, Lucas do Rio Verde possui duas e até três safras anuais, o que aumenta a média de uso de defensivos, se comparada a outros municípios”.

Segundo ele, o que não significa que os produtores rurais utilizam mais do que o necessário, “muito pelo contrário, o objetivo é utilizar cada vez menos, uma vez que, o uso de defensivos agrícolas representa aproximadamente 30% do valor da safra”.

Pascoski ressalta também o fato de que Lucas do Rio Verde é um pólo regional na distribuição de agrotóxicos e que a pesquisa foi realizada com base nos números obtidos nas revendas agrícolas pelo Instituto de Defesa Agropecuária (Indea) de Mato Grosso. “Nem tudo que é revendido é aplicado nas lavouras de Lucas do Rio Verde, agricultores de seis municípios da região compram os defensivos aqui e aplicam em suas propriedades”.

O secretário lembra ainda que o município não é somente conhecido em todo o País como um dos maiores produtores de grãos do Estado de Mato Grosso, mas também, por meio do projeto Lucas do Rio Verde Legal, que busca o desenvolvimento da agricultura aliada a preservação do meio ambiente.
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