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Volkswagen deve ter alta de 10% nas vendas do primeiro trimestre

Auto Esporte

A Volkswagen do Brasil vai fechar o primeiro trimestre do ano com crescimento das vendas no Brasil entre 10% e 12%. De acordo com o presidente da fabricante no país, Thomas Schmall, até esta quarta-feira (23), foram vendidos 148.436 carros da marca no mercado nacional, o que representa alta de 18,8% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram emplacadas 124.912 unidades. Segundo o executivo, a diferença em porcentagem no fechamento do período só não será no patamar dos 18%, porque a última semana de março do ano passado corresponde ao fim do desconto sobre o IPI, quando as vendas de carros foram antecipadas.

"Esse fato distorce um pouco os números, mas de qualquer forma o crescimento é muito forte. É uma prova de que o setor no Brasil continuará em expansão mesmo sem o incentivo", avaliou Schmall, nesta quinta-feira (24), durante o lançamento do novo Jetta.

O mercado geral cresceu até 23 março 9,6%, com 683,4 mil carros emplacados. Com o desempenho acima do mercado, Schmall não esconde o sorriso. "Vendemos até agora 125.370 automóveis (aumento de 15,4%), e 23.066 comerciais leves (alta de 42%)", acrescentou. "Ganhamos entre 1,2 e 1,4 ponto percentual em participação de mercado no trimestre." A montadora fechou 2010 com 20,95% de market share. Segundo ele, o segmento de comerciais leves tende a crescer ainda mais, devido à mudança de perfil do consumidor brasileiro. "As vendas da Saveiro e da Amarok estão indo muito bem", disse.

Mesmo com a vice-liderança no Brasil, a montadora alemã não está preocupada nem com a Fiat e nem com as marcas chinesas que chegam ao país com o discurso de que vão tirar clientes "das grandes". "Market share não paga almoço. A matriz me cobra lucratividade", afirmou Schmall, que conheceu muito bem a crise que as operações brasileiras enfrentaram entre 2000 e 2006. "Naquela época tivemos que pedir dinheiro emprestado para a matriz, e estamos pagando este empréstimo e, ao mesmo tempo, fazendo novos investimentos nas fábricas e nos produtos."

Crescimento de 5% em 2011
Schmall acredita que o mercado geral de carros (automóveis e comerciais leves) fechará o ano com 3,5 milhões de unidades, aumento de 5% sobre os 3,3 milhões de carros emplacados em 2010. De acordo com o executivo, a Volkswagen do Brasil deve crescer no mesmo ritmo, de 5%, sobre as 697.342 unidades somadas no ano passado. A Volkswagen atribui a expansão ao aumento do portfólio. "Hoje (esta quinta-feira) lançamos o novo Jetta, por exemplo. A Volkswagen vai duplicar a quantidade de modelos disponíveis no mundo nos próximos três, quatro anos."

O presidente da Volkswagen do Brasil destacou ainda que a produção da Volks deverá fechar perto de 900 mil unidades neste ano. Tal volume inclui as unidades que serão exportadas, mas sem contar CKD (carros desmontados). Com o aumento da produtividade, novas contratações serão anunciadas ao longo do ano, mas Schmall não revelou o número de vagas.

Brasil passa a Alemanha para o grupo VW
Mesmo sem ter a liderança no mercado brasileiro - a Fiat é a líder -, o Brasil já se tornou o segundo maior mercado para o grupo Volkswagen, atrás somente da China. O fato de ter passado a Alemanha, o berço da Volkswagen, o país ganhou mais peso no plano da companhia - chamado de "Mach 18" (Fazer 18, em tradução livre do alemão) - para se tornar o líder mundial de vendas em 2018, passando a Toyota. Somente em 2010, o grupo somou a comercialização de 7,2 milhões de unidades em todo o mundo, aumento de 13,7%. O Brasil representou 15% desse volume, 3% a mais do que participava em 2006. Até o dia 23 de março, o grupo comercializou globalmente 1,2 milhão de veículos, aumento de 17% sobre 2010.

Mesmo com as notícias positivas, a preocupação da matriz é manter a qualidade dos produtos, para atingir a liderança de forma sustentável. "O caso Toyota assustou todo mundo. A questão é: como crescer e como controlar a complexidade do crescimento? Com a adoção de plataformas globais a gestão logística e de informações está mais complexa", ressaltou Schmall. Com isso em mente, ele afirma que as metas da Volkswagen são sustentáveis e não levam em conta as crises, como as que as fabricantes japonesas enfrentam hoje por causa do tsunami no Pacífico, que devastou diversas regiões do país.
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