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Notícias / Cultura

Marina Person diverte o público com 'Ménage'

Terra

A estréia da apresentadora da MTV e cineasta Marina Person como diretora de teatro foi uma das gratas surpresas do Festival de Curitiba. Em Ménage, que estreou neste sábado na programação do festival, a irmã e o cunhado de Marina, Domingas Person e Ivo Müller, vivem três diferentes casais enfrentando as situações do dia-a-dia.


Numa peça curta e bem amarrada, o espetáculo arrancou boas gargalhadas do público, sem deixar de fazer sua crítica às futilidades da sociedade contemporânea.

São três textos curtos, com histórias diferentes que, segundo os atores, podem estar ligadas ou não entre si. Em Rex, de Joe Pintauro, eles formam um casal muito rico que enfrenta questões domésticas à mesa. Tudo porque, vegetariano e cheio de costumes excêntricos como freqüentar ioga, e centro budista, o casal se vê tendo de comer um faisão porque a mulher atropelou o bicho e acredita que só será perdoada se alimentar-se do que matou.

Em Fogo, texto escrito pelo paulista Guilherme Solari em parceria com o próprio Müller, o espetáculo faz crítica à sociedade do consumo. Os atores vivem um casal preocupado apenas em comprar e consumir. Até o sexo é deixado de lado por conta desse vício e nem fantasias conseguem ajudar o casal.

Já em Tudo Bem, de David Ives, a dupla vive as angústias e os absurdos que podem acontecer em um primeiro encontro. A cena é interrompida a cada vez que um dos personagens fala alguma coisa que pode frustrar as expectativas do outro em relação ao encontro, e é retomada desse ponto com uma nova construção do diálogo, mostrando que há momentos certos para mentir ou falar a verdade.

O título Ménage é uma brincadeira com o público. Bem diferente do significado de "ménage a trois", bastante conhecido no Brasil, ménage, do francês, significa o conjunto de tarefas domésticas - o casal e a vida a dois. "Esse título, que acabou ficando ambíguo, já nos deu alguns problemas, como empresas não queriam patrocinar um espetáculo com sacanagem", contou Müller. "Mas também nos ajudou em outros casos, pois muita gente foi assistir achando que tinha sacanagem", emendou Domingas. A receita: curto, inteligente e divertido agradou ao público que compareceu ao Sesc da Esquina. "É engraçado como coisas minúsculas viram um problemão dentro de uma relação. Gostei do jeito como eles contaram isso", disse o engenheiro Marcos Medeiros ,28 anos. "Peça curta e muito engraçada, ideal para quem vem ao teatro para se descontrair", comentou a veterinária Rosana Mendes, 32.

O resultado também agradou à diretora estreante. "Em artes cênicas não tem exercício melhor que o teatro. É preciso ter mais traquejo com os atores que no cinema. Dirigir Ménage mudou a forma como eu via o teatro. Quando eu vejo alguma peça, eu presto mais atenção, por exemplo, na iluminação e no cenário", disse Marina, informando ter gostado da experiência a ponto de querer dirigir novas peças e, "quem sabe, atuar". Ménage será apresentado novamente neste domingo, às 21h, no Sesc da Esquina.

Hoje no Festival:
Cento e treze apresentações encerram, neste domingo, o Festival de Curitiba. Além da reapresentação de Ménage, outros cinco espetáculos da mostra principal têm sua última sessão, todos às 21h. No Guairinha o público pode se despedir do festival assistindo ao musical Borbulho. Outra peça que aposta na música é Muito Barulho por Quase Nada, no Paiol. A atração internacional do Festival, a chilena Sin Sangre, está em cartaz no Teatro da Reitoria. Na Ópera de Arame, o Circo Roda Brasil apresenta Oceano, com sessão extra às 19h. E no Memorial de Curitiba o público do festival tem a última chance de acompanhar a peça interativa Memórias Afetivas de um Amor Esquecido.
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