O deputado estadual Percival Muniz (PPS) alertou o governador Silval Barbosa (PMDB) sobre a possibilidade de um aumento da tensão entre os poderes Legislativo e Executivo. A advertência foi feita diante da falta de um posicionamento mais incisivo do chefe do Executivo diante os focos de tensão políticos em apenas um mês e meio.
 
Num diapasão bem ao seu estilo controverso, o parlamentar traça um paralelo com a cidade de Várzea Grande, onde o prefeito Murilo Domingo (PR) foi afastado pelos vereadores devido a inércia do republicano em tomar decisões e dissipar tensões.

“Eu já falei ao Silval que estamos vivendo num regime presidencialista e ele precisa assumir a postura de um líder, senão a síndrome de Várzea Grande pode chegar ao Estado. O prefeito de lá (Murilo) ficava jogando cartas durante à noite e dormindo de dia, não decidia nada e agora está lá o homem da pistola no cargo”, declarou Muniz.

O parlamentar reclamou da inércia do governador diante da Agência Executora dos Projetos da Copa (Agecopa), da falta de pressão no governo federal em busca de recursos para o evento mundial e ainda ironizou usando a música “Vou Não” para cobrar que Silval se imponha como diz a letra: “pode não, vou não, eu não deixo não”.

“Silval precisa assumir a função de um governador, um líder. Quem ganhou a eleição tem que ter todo o poder. Ele foi eleito pelo povo e precisa assumir a responsabilidade”, cobrou.

Muniz tem feito oposição crítica ao governador, que não tem conseguido controlar o legislativo, mesmo tendo maioria esmagadora na Assembleia Legislativa, que em pouco mais de um mês do início do mandato, já aprovou a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar supostas irregularidades na Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) no setor de concessão de usinas, também autorizou uma devassa nas contas da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) e já votou o projeto que altera o modelo de gestão da Agecopa.