O senador Jaime Campos (DEM/MTO) defendeu mudanças no código florestal para evitar a criminalização daqueles produtores rurais que foram incentivados a ocupar terras nas regiões norte e centro-oeste e que hoje estão na ilegalidade devido a mudanças na legislação. Ele lembrou que entre 1964 e 1965, quando os militares tomaram o poder, a Escola Superior de Guerra começou a discutir a ocupação do Brasil.

“Naquela oportunidade, a ocupação da Amazônia era para garantir a soberania nacional. Em 1970, inauguraram a rodovia Cuiabá/ Santarém, a BR163, e os brasileiros foram novamente convocados a ocupar. Essas mesmas pessoas passaram a ser tratados como bandidos. Conheço o sofrimento de muita gente que está naquela situação”, afirmou Jaime durante debate na Comissão de Meio ambiente do Senado Federal nesta terça-feira (29).

A exemplo de outros parlamentares que falaram da anistia a quem desmatou durante o período de vigência de outras legislações, o senador defendeu a manutenção das áreas consolidadas. “O que passou, passou”,

Jaime Campos demonstrou incredulidade com o fato de o Brasil ter importado álcool dos Estados Unidos. Ele citou o caso das usinas de álcool que foram embargadas na região do Alto Paraguai por risco de contaminação das águas.

“Isso é uma vergonha. O Brasil perdeu o compromisso com o produtor. Temos mais de 60% de áreas preservadas para povos indígenas. Fui o primeiro governador que assinar convênio com Banco Mundial para implantar políticas de preservação. Temos que discutir esse tema com exaustão. A terra é um bem social. Não podemos deixar os brasileiros à mercê das políticas públicas”, concluiu.