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Temer condena espetacularização em operações da PF e diz que Legislativo é criticado injustamente

Folha Online

O presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP), saiu em defesa nesta segunda-feira do Legislativo, alvo de críticas nas últimas semanas.

"Quando você tem membros do Legislativo que agem com desacertos, você tem que apontar apenas esse membro e não estender isso para toda a instituição. Por isso, as críticas são absolutamente injustas", disse ele durante almoço-debate promovido pelo Lide (Grupo de Líderes Empresariais), em São Paulo.

"Não tenho dados estatísticos, mas a impressão que tenho é que se levasse à opinião pública, ela consideraria desnecessário o Poder Legislativo", reiterou.

Temer afirmou que o Legislativo está trabalhando "arduamente", citando como exemplo sua interpretação sobre o rito de tramitação das medidas provisória para destrancar a pauta da Câmara.

Denúncias
O presidente da Câmara afirmou que soube hoje da denúncia de que o deputado federal licenciado e secretário de Transportes do Distrito Federal, Alberto Fraga (DEM), paga o salário da empregada doméstica de sua casa com recursos da Câmara.

"Soube hoje, não tenho dados, por isso não vou comentar o assunto. Seria condenar antes de julgar [o caso]", afirmou.

Sobre a acusação de que o Congresso Nacional destina mensalmente aos 594 deputados federais e senadores uma cota para compra de passagens aéreas que, em alguns casos, permite a aquisição todo mês de mais de 30 bilhetes de ida e volta entre Brasília e o Estado de origem, Temer afirmou que o terceiro-secretário da Câmara, Odair Cunha (PT-MG), está fazendo um estudo sobre o assunto para tentar disciplinar a questão.

"Eu abri mão das passagens e isso ninguém noticia", disse o peemedebista, que reconheceu ainda o exagero no número de diretorias no Congresso e destacou que a "transparência absoluta" seria um exemplo à sociedade.

PMDB
O presidente da Câmara também comentou as declarações de senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), que recentemente acusou de corrupção "boa parte" de seu partido.
"Tenho muito respeito por Jarbas, por sua história no país, mas ele precisa dizer quem é corrupto, precisa indicar o fato da corrupção, e não dizer genericamente, a não ser que se condene a instituição PMDB."

Temer disse ainda que o PMDB sofre por ser gigantesco. Segundo ele, o fato de os presidentes da Câmara e do Senado, José Sarney (PMDB-AP), serem do partido "criou problemas".

Operações da PF
Temer ainda condenou a espetacularização em operações da Polícia Federal e a violação dos sigilos de forma inconstitucional.

"O sigilo, qualquer que seja, é uma garantia forte que o indivíduo tem. E a violação desse sigilo é muito grave. Por isso, depende do Judiciário, que é imparcial. [A violação] deve ser individualizada, e não pode ser usada de forma inconstitucional."
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