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Notícias / Ciência & Saúde

Centro-Oeste apresenta o maior crescimento de gastos com Saúde do País

Da Assessoria

Levantamento feito pelo anuário Multi Cidades – Finanças dos Municípios do Brasil, da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), apontou que, pelo segundo ano consecutivo, a região Centro-Oeste apresentou o maior crescimento dos gastos com Saúde do País, que chegou a 12%, em 2009. Tomando por base o ano de 2002, a região mais que dobrou seus recursos para a área.

Em 2009, Goiânia foi a terceira cidade que mais aumentou seus gastos com Saúde no Brasil em valores absolutos, com um montante da ordem de R$ 709,7 milhões (um acréscimo de R$ 170,3 milhões), atrás apenas de São Paulo e Belo Horizonte. Em termos relativos, o incremento foi de 31,6%.

O secretário de Saúde de Goiânia, Paulo Rassi, ressaltou que o aumento com os gastos na área se deu pelos investimentos com reformas e ampliações. Segundo ele, 12 unidades de Saúde da Família passaram por reformas, além das obras em vários Centros de Assistência.

“Fizemos também novas contratações de profissionais para ajudar no enfrentamento da gripe H1N1. Reforçamos os atendimentos de urgências, ambulatoriais e da Estratégia Saúde da Família com a contratação de profissionais e aquisição de equipamentos e insumos”, explicou.

Pelos dados do Multi Cidades, em Cuiabá, que ocupa a terceira colocação no ranking, o avanço foi de 12,8%, enquanto em Campo Grande, pela primeira vez, desde o começo do período analisado, os recursos aplicados não cresceram.

Conforme o levantamento do Multi Cidades, a expansão mais acentuada do gasto com Saúde, em 2009, ocorreu no Centro-Oeste, que apresentou um aumento de 12%. O Sudeste e Norte exibiram taxas de crescimento abaixo da média nacional, ao registrarem 5,6% e 5,5%, respectivamente. Já o Nordeste teve elevação de 7% e o Sul acréscimo de 7,1%, ambas as regiões mostrando crescimento ligeiramente acima da média nacional, de 6,6%.

Raio-X do Brasil – Saúde já supera a educação em cidades brasileiras

Mesmo em ano de crise, o levantamento feito pelo anuário Multi Cidades – Finanças dos Municípios do Brasil apontou que os municípios aumentaram a aplicação de recursos na área de Saúde em 2009. Com esse movimento, algumas cidades brasileiras já gastam mais com Saúde do que com Educação.

Dos 106 municípios selecionados, 78 tiveram variação positiva, sendo que 39 registraram aumentos de dois dígitos: São José dos Pinhais, Volta Redonda e Goiânia registraram as expansões mais acentuadas, com taxas de 41,8%, 34,8% e 31,6%, respectivamente. Em termos de valores, destacaram-se as cidades de São Paulo, com incremento de R$ 319,4 milhões, Belo Horizonte, com R$ 190,2 milhões e Goiânia, com R$ 170,3 milhões.

Em São José dos Pinhais, em 2008, a elevação das receitas destinadas à Saúde teve relação direta com o aumento do repasse da União para o Sistema Único Saúde (SUS). Já em 2009, a despesa com saúde cresceu em função de um forte aumento dos recursos próprios (51%).

“A nossa cidade não tinha hospital, apenas postos de saúde, por isso não tinha como cobrar do SUS o repasse integral. O sistema enviava apenas 20% do valor que deveríamos cobrar e agora houve esse aumento, por isso tivemos essa grande variação”, ressaltou o secretário municipal de Finanças, Robson Hudson.

É possível perceber claramente o avanço da despesa com Saúde quando comparada à da Educação. Em 2002, apenas 736, ou 13,2% de todos os 5.557 municípios que informaram seus dados à Secretaria do Tesouro Nacional (STN), registraram valores para a Saúde maiores que os da Educação. Em 2009, a despesa com saúde já superava a da educação em mais da metade (54,4%) dos 5.562 municípios informantes, ou seja, em 3.026 cidades.

Portanto, de 736 para 3.026 cidades significa um avanço muito grande em apenas sete anos. Essa informação deve reforçar a importância que se tem dado às questões sobre o financiamento da saúde e à gestão dos recursos que lhe são destinados.

Gasto per capita

Os municípios gastaram, em média, R$ 336,75 em saúde por habitante. O maior valor pertence à região Centro-Oeste, com R$ 391,94, seguido de perto pelo Sudeste, com R$ 380,91. A menor despesa ficou com a região Norte, R$ 247,30, seguida pelo Nordeste com R$ 283,18. Na região Sul, o valor de R$ 338,56 ficou próximo da média das cidades brasileiras.

Nota-se que os valores mais elevados foram despendidos pelos municípios que possuem grandes receitas per capita. As primeiras posições no ranking foram ocupadas por Quissamã-RJ (R$ 1.938,12), Paulínia-SP (R$ 1.756,24) e São Francisco do Conde-BA (R$ 1.676,05).
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