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'Se sobreviver, já será uma surpresa', diz Ozzy sobre turnê pelo Brasil

G1

“Quando estou em casa eu só recolho cocô de cachorro. Mas, aqui entre vocês, sou um rei”. De volta ao Brasil depois de três anos, o "príncipe das trevas" Ozzy Osbourne, 62, conversou com jornalistas na manhã desta sexta-feira em São Paulo, onde faz o segundo shows de sua turnê pelo país. Ele se apresenta na capital paulista neste sábado (2) e passa em seguida por Brasília (5), Rio (7) e Belo Horizonte.

Bem-humorado, vestindo sobretudo preto e óculos escuros, Ozzy aproveita a ocasião para lançar a reedição especial de "Scream", seu último álbum de estúdio, que conta com três faixas inéditas e outras três ao vivo, além de uma curiosa capa em que ele aparece segurando a bandeira brasileira em uma montagem.

No show que já fez em Porto Alegre, porém, apenas uma canção do último disco entrou no reperótrio. “Faço música há 40 anos e tento escolher aquilo que sinto na hora. Se colocasse todas as músicas que me pedem faria um show de cinco dias”, brincou o roqueiro, quando perguntado sobre a razão de ter escolhido em sua primeira apresentação no Brasil um set list em que predominam faixas do Black Sabbath.

Ao ser questionado se poderia incluir alguma surpresa nos repertórios dos próximos shows no Brasil, Ozzy novamente fez piada. “Se eu sobreviver já será uma surpresa”, disse, ao mesmo tempo em que comentou uma possível reunião com o Black Sabbath. “Possivelmente sim, mas eu não sei” quando, despistou.

Rock in Rio e Justin Bieber
Ozzy esteve pela última vez no Brasil em 2008, mas fez questão de lembrar a apresentação que realizou no Rock in Rio de 1985. “Eu me lembro bem, foi algo enorme, estávamos no maior palco. As pessoas no Brasil amam música, são realmente apaixonadas. Sinto sempre essa paixão quando venho aqui, amo vir ao Brasil”, elogiou.

O roqueiro fez questão de ressaltar que essa não será a sua última turnê. “Farei shows até morto”, gritou. Tampouco pensa em voltar a estrelar um programa de TV, caso do reality show “The Osbournes”, que foi exibido de 2002 a 2005 na MTV.

“Não, rock’n’roll! Televisão é para preguiçosos”, enfatizou. “Fomos convidados para fazer apenas uma participação em ‘The cribs’, e depois para fazer um programa que fosse uma extensão de ‘The cribs’. Tente ter uma câmera em sua casa 24 horas por sete dias da semana enquanto sua mulher tem câncer e seus filhos problemas com drogas. Você fica ‘fucking loco’”, explicou.

Ozzy disse que não pretende parar de lançar álbuns mesmo durante aquilo que chamou de “o declínio da indústria fonográfica”. “Venho fazendo isso há 40 anos e vejo tantas mudanças... Agora há o lance dos computadores com a música. Mas sempre haverá espaço para shows ao vivo de rock’n’roll. Hoje me divirto ainda mais”, afirmou, ao mesmo tempo em que recordou seus “party years”.

“Já não bebo e não fumo, os meus anos de festa foram incríveis. Hoje estou no controle da minha loucura. Tem muitos momentos que gostaria de apagar, mas eu não lembro deles”, riu. Mesmo assim, ele comentou que a biografia "Eu sou Ozzy" (Editora Benvirá), do ano passado, pode ganhar uma segunda parte.

"Não fui eu que a escrevi, apenas dei uma entrevista. O escritor diz que há material de sobra para outro livro, mas se eu fosse pôr minha vida inteira num livro ele seria desse tamanho", comentou, esticando os braços.

Perguntado se leu a biografia de Keith Richards, "Vida", Ozzy fez pouco caso da história de vida do guitarrista do Rolling Stones. "Biografias de músicos de rock'n'roll são sempre a mesma história: eles quase morrem, amam o que fazem..."

Por fim, depois de 30 minutos de conversa, Ozzy deu pitacos sobre os artistas pop atuais. “Olha, eu não ouço Justin Bieber, não acho que ele estará aqui em 40 anos como estou hoje. Eu gostava da... Esqueci o nome daquela p.... Lady Gaga! Mas agora ela está chata pra c...”.
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