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César Maluco quer Keirrison dividindo como Kléber

Terra

O desempenho de Keirrison no Palmeiras chama atenção. Em 15 jogos, o atacante marcou 16 gols - ele não ficou mais de dois jogos marcar. Os números, porém, não impedirão vaias se ele não começar a dividir mais bolas, segundo o ex-jogador César Maluco, que marcou época no clube. Ele compara o novo atacante com Kléber, sensação palmeirense no ano passado.

"O Keirrison pode até perder umas duas bolas, mas tem que dividir todas e falar 'essa é minha'. Ele tem muita qualidade, joga muito. O Kléber, com menos qualidade, se tornou ídolo em pouco tempo porque tinha garra. E o Keirrison, se ficar uns quatro, cinco anos, vai ser um dos maiores ídolos da história do Palmeiras", previu.

O ex-centroavante tinha como uma de suas principais características a raça em campo, com a qual conquistou dois Brasileiros (72 e 73), dois Roberto Gomes Pedrosa (67 e 69), uma Taça Brasil (67) e dois Paulistas (72 e 74), além do faro de gol - é o segundo maior artilheiro da história do Palmeiras, com 180 gols em 324 jogos. Por isso, cobra mais empenho de Keirrison nas roubadas de bola para elegê-lo seu sucessor.

"Sou conselheiro do Palmeiras, mas também sou torcedor, vivo nas arquibancadas. E já ouço algumas reclamações de que o Keirrison não divide as bolas. Joguei dez anos no Palmeiras e nunca ouvi uma vaia. E ele pode ser um ídolo aqui, por isso quero evitar que ele seja vaiado", explicou o ex-jogador, crente de que o atual goleador pode até ser poupado das críticas se conquistar a torcida.

Animado com o futebol do principal reforço do time em 2009, César Maluco se compara ao ex-atleta do Coritiba. O antigo camisa 9 conta que também não fazia questão de vencer as disputas de bola com o adversário no início de sua carreira, no Flamengo. Só mudou após ouvir de um antigo craque o mesmo conselho que quer dar a Keirrison.

"Quando eu tinha 16 anos, lá na Gávea, o Almir Pernambuquinho me chamou para dizer: 'se você não dividir, não vai vencer. Você tem que ir em todas as bolas para ganhar'. Acabei me tornando um jogador maldoso, mas venci", relembrou.

"Campeonato Paulista não é Paranaense. Aqui chegam junto, os times querem vencer. Já em Curitiba os jogadores querem aparecer com seu futebol para ter chances em outros centros, como o Keirrison conseguiu. E aqui existe cobrança. Tem que chegar e resolver", avisou.

Além da postura mais aguerrida, César também pede a Vanderlei Luxemburgo um posicionamento que favoreça o futebol de seu artilheiro. "O treinador tem que escalá-lo como segundo atacante, e colocar alguém como centroavante lá na frente. O Keirrison é um ponta-de-lança, é veloz, tem que chegar na área de frente. Se estiver dentro da área, não dá para ele virar e bater", argumentou.

César está confiante de que o atacante deixará o planeta admirado. Mesmo longe do Palestra Itália. "É difícil ele ficar, todo clube precisa de dinheiro. E, se ele sair do país, vai para a seleção logo, porque agora é assim que funciona. O que tenho certeza é que, se ele dividir as bolas, vai ser o melhor jogador do mundo", apostou.

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