O Rei do Futebol, Pelé, esteve na capital paranaense para acompanhar os resultados do projeto que tem em parceria com o Hospital Infantil Pequeno Príncipe na pesquisa para cura de doenças consideradas complexas. Recebido pelas crianças que são atendidas pelo projeto, o ex- jogador segurou as lágrimas ao ver os progressos.

O instituto, criado em 2005, tem 34 projetos de pesquisa, mas se destaca em dois deles: a pesquisa contra o câncer de córtex adrenal e sobre transtornos neurocognitivos e comportamentais. Até agora já foram 170 mil crianças testadas para diagnosticar a mutação no DNA que pode desenvolver o câncer e a entrada na Assembléia Estadual de um projeto de Lei para tornar o exame obrigatório em maternidades.

Esses números poderiam ser melhores, segundo o ex-jogador, mas os políticos não contribuem como deveriam. "Acho que os nossos governantes poderiam ajudar muito mais se não tivessem tantas denúncias de corrupção. Infelizmente temos uma coisa cultural no Brasil de que, se um político está fazendo um trabalho bom pela sociedade, o que o sucede não continua o trabalho. Se tivesse maior interesse nos nosso governantes seria melhor", disse.

Com cinco crianças já tratadas pelo projeto, Pelé se disse animado e contou uma parábola. "Se curar uma criança eu já agradeço a Deus. Mas já temos cinco. Um garoto estava na praia brincando e teve que sair correndo da ressaca. Quando a água voltou, estava a praia cheia de peixes. E o garotinho começou a pegar os pexinhos e jogar na água. Veio um senhor e perguntou porque ele estava fazendo isso, porque a praia estava cheia de peixinhos. Mas nada adiantava para aqueles que estavam longe, mas para aqueles adiantava", concluiu.