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Corpo da 12ª vítima de massacre em Realengo é cremado em cerimônia restrita no Caju

R7

O corpo da menina Ana Carolina Pacheco da Silva, 13 anos, uma das 12 vítimas do massacre em uma escola de Realengo, na zona oeste do Rio de Janeiro, foi cremado pouco antes das 9h deste sábado (9), no cemitério do Caju, zona portuária carioca.

Familiares optaram por velório reservado e não permitiram a entrada da imprensa. Um funcionário do cemitério transmitiu o recado a jornalistas em nome da família e pediu que respeitassem o momento de dor. Cerca de 15 parentes e amigos deixaram o local às 9h em uma van da prefeitura sem se manifestar.

Na sexta-feira (8), outros 11 corpos foram enterrados. Os enterros aconteceram em quatro cemitérios da zona oeste: Murundu, em Padre Miguel; Jardim da Saudade; em Sulacap; Ricardo de Albuquerque e Santa Cruz, todos na zona oeste da cidade.

No cemitério do Murundu, foram realizados quatro sepultamentos: dois pela manhã e dois à tarde. De manhã, foram enterrados os corpos das estudantes Mariana Rocha de Souza, de 12 anos, e Laryssa Silva Martins, de 13 anos. A cerimônia foi marcada por muita emoção.

Por volta das 12h, o corpo de Milena dos Santos Nascimento, de 14 anos, chegou ao local e foi enterrado por volta das 14h20. Já o corpo de Bianca Rocha Tavares, de 13 anos, foi sepultado às 15h.

O corpo de Géssica Guedes Pereira, 15 anos, que foi velado em uma das capelas do cemitério Murundu, foi enterrado em outro cemitério em Ricardo de Albuquerque.

Outras cinco vítimas da chacina foram sepultadas no cemitério Jardim da Saudade: Rafael Pereira da Silva, 14 anos, Luíza Paula da Silveira, 14, Larissa dos Santos Atanásio, 14, Karine Lorrayne Chagas, 14, e Igor Moraes da Silva, 13.

A menina Samira Pires Ribeiro, 13 anos, foi sepultada no cemitério de Santa Cruz, zona oeste, às 16h30.

Dez estudantes feridos continuam internados neste sábado, sendo três em estado grave. Dois alunos receberam alta e se recuperam em casa.

O corpo do atirador permanecia no IML (Instituto Médico Legal) às 9h. Ele ficará no local por até 15 dias aguardando reconhecimento por parte de um familiar e liberação para enterro. Caso isso não ocorra, o homem de 23 anos pode ser enterrado como indigente.

Entenda o caso

Por volta das 8h de quinta-feira (7), Wellington Menezes de Oliveira, 23 anos (a polícia chegou a divulgar que ela tinha 24 anos, mas a idade foi corrigida posteriormente), ex-aluno da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na zona oeste do Rio de Janeiro, entrou no colégio após ser reconhecido por uma professora e dizer que faria uma palestra (a escola completava 40 anos e realizava uma série de eventos comemorativos).

Armado com dois revólveres de calibres 32 e 38, ele invadiu uma sala de aula no primeiro andar e outra no segundo, e fez vários disparos contra estudantes que assistiam às aulas. Ao menos 12 morreram e outros 12 ficaram feridos, sendo três em estado grave, de acordo com levantamento da Secretaria Estadual de Saúde.

Duas adolescentes baleadas, uma delas na cabeça, conseguiram fugir e correram em busca de socorro. Na rua Piraquara, a 160 m da escola, elas foram amparadas por um bombeiro. O sargento Márcio Alexandre Alves, de 38 anos, lotado no BPRv (Batalhão de Polícia de Trânsito Rodoviário), seguiu rapidamente para a escola e atirou contra a barriga do criminoso, após ter a arma apontada para si. Ao cair na escada, o jovem se matou atirando contra a própria cabeça.

Com ele, havia uma carta em que anunciava que cometeria o suicídio. O ex-aluno fazia referência a questões de natureza religiosa, pedia para ser colocado em um lençol branco na hora do sepultamento, queria ser enterrado ao lado da sepultura da mãe e ainda pedia perdão a Deus.

Os corpos dos estudantes e do atirador foram levados para o IML (Instituto Médico Legal), no centro do Rio de Janeiro, para serem reconhecidos pelas famílias. Os velórios e os enterros começaram a ser realizados na sexta-feira (8).
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