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Famílias traumatizadas com ataque à escola recebem apoio psicológico

G1

Onze vítimas do massacre da escola de Realengo permanecem internadas no Rio. Três em estado grave. Os sobreviventes começaram a receber tratamento psicológico.

A família inteira de Renata Lima já está reunida de novo. A menina teve alta do hospital e passou a primeira noite em casa depois da tragédia.

Jornal Nacional: Qual foi a primeira coisa que você quis fazer quando voltou para casa?
Renata Lima: A primeira coisa que fiz quando cheguei em casa foi pegar o jornal para ver o que aconteceu direito.

A adolescente de 13 anos estava na primeira sala de aula em que o atirador entrou. “Na hora em que ele me viu em pé, ele mirou a arma na minha frente. Aí eu fiquei meio assustada. Quando ele foi apertar o gatilho, não tinha mais bala dentro. Ele foi recarregar, e eu consegui correr. Quando cheguei à porta, ele me acertou”, lembra a jovem.

Renata foi atingida por um tiro que entrou nas costas e saiu pela lateral do corpo, mas ela não precisou passar por cirurgia. “Foi o fato de eu ser gordinha que me salvou. Não era a minha hora. Eu tive duas chances para poder fugir”, lembrou a jovem.

A mãe ainda não consegue falar sem chorar. “Eu não tive tempo de pensar ainda”, disse.

A família já está recebendo apoio psicológico. “Para todas as famílias que estão sofrendo deixo minha solidariedade. É um momento muito triste. Muitas delas não querem nem falar”, declarou Nilson Oliveira, pai de Renata.

Neste sábado (8), foi feito um mutirão de profissionais de saúde e assistência social para visitar as famílias que perderam os filhos na tragédia. Mais de 1.100 estudantes e funcionários da Escola Tasso da Silveira deverão ter acompanhamento por tempo indeterminado.

O adolescente de 13 anos que conseguiu fugir e avisar um policial sobre o ataque, continua internado no CTI do hospital. Alan Mendes da Silva, de 12 anos, foi atingido por três tiros, mas passa bem. Ele já faz até planos para quando sair: “voltar a estudar e mudar para outra escola”.

Esquecer o que passou é impossível. “Eu corri em direção à minha casa. Sorte que tinha os policiais lá na frente, acho que estavam fazendo uma blitz. Eu peguei e falei com eles”, lembrou o estudante.

Alan ainda vai passar por uma cirurgia no rosto. Neste sábado, o jovem flamenguista recebeu a notícia de que, quando sair do hospital, tem encontro marcado com os jogadores do time do coração. “Tudo correndo bem, com uma boa recuperação, queremos levá-lo para assistir a um treino e encontrar esses jogadores que também fizeram uma corrente e prestaram sua homenagem àqueles que foram e trazer alegria para aqueles que ficaram.E o sorriso de uma criança vale demais”, declarou a presidente do Flamengo, Patrícia Amorim.
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