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Sem-terras ocupam trevo e querem negociar com o Incra de Brasília

Da Redação - Lucas Bólico

Cerca de 350 membros do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) estão acampados no Trevo do Lagarto na BR 163, em Várzea Grande, desde a manhã desta segunda-feira (11) reivindicando, principalmente, o assentamento de 2.500 famílias no estado.

O movimento se recusa a negociar com a Superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) de Mato Grosso. “Nós só aceitamos falar com um representante do Incra de Brasília. Já discutimos muito com a superintendência daqui, já fizeram promessas, mas nunca resolvem o nosso problema”, reclama Idália Nunes, membro da coordenação do movimento.

Esta manifestação é apenas uma das que serão realizadas ao longo do mês, no chamado “Abril Vermelho”, em homenagem às vítimas do episódio conhecido como “Massacre de Eldorado dos Carajás”, quando há 15 anos, 19 manifestantes do movimento foram mortos pela polícia do Pará.

Idália Nunes conta que ainda deve chegar mais um ônibus carregado de sem-terras para o acampamento. Os manifestantes marcharão para o centro de Várzea Grande e, junto com outros movimentos sociais, protestarão contra o 'descaso do poder público'. Posteriormente, as manifestações serão realizadas em frente a sede do Incra em Cuiabá.

Estão presentes membros de todas as regiões do estado. De acordo com a coordenação do movimento, existem hoje 2.500 famílias esperando assentamentos em MT, algumas há mais de sete anos. “Elas vivem em casas feitas de lona e recebem por mês uma cesta básica do governo que sempre atrasa. Por exemplo, hoje está atrasada”, conta Idália Nunes.
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