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Notícias / Ciência & Saúde

Antes de o coração parar, pode haver dor no peito, falta de ar e cansaço

G1

Na sequência do Bem Estar desta terça-feira (12), os cardiologistas Roberto Kalil, que também é consultor do programa, e Sérgio Timerman, do Instituto do Coração (Incor), responderam a perguntas que chegaram pela internet sobre parada cardíaca.

Segundo Kalil, o problema pode ser causado por várias doenças, e a principal delas é o infarto. Dias antes de o coração parar de fato, pode haver sintomas como dor no peito, falta de ar e cansaço. Assim que a pessoa se sentir mal, deve procurar um médico ou pronto-socorro.

O cardiologista explicou a diferença de parada cardíaca e respiratória. No afogamento, por exemplo, primeiro ocorre esta, depois aquela.

Kalil também afirmou que qualquer um pode ter uma parada, mas pessoas com problemas cardíacos têm um risco maior. Usar marcapasso não é um fator de risco, disse o especialista, que concluiu a conversa definindo que sopro não é uma doença, mas um achado clínico.

Timerman começou esclarecendo como deve ser feita a massagem cardíaca em bebês e crianças, com 30 compressões feitas alternadamente com 2 respirações boca-a-boca, já que a maioria tem parada por falta de oxigenação. Deve-se afundar 5 cm o peito da criança e menos de 4 cm o do bebê.

A região para apertar é a mesma - o meio do tórax - e em bebês isso deve ser feito com os polegares. Segundo estudos citados por Timerman, crianças acima de 8 quilos também podem receber o choque do desfibrilador.

De acordo com o cardiologista, anabolizantes têm provocado um aumento considerável de doenças cardiovasculares entre jovens. Junto com drogas e álcool, não levam diretamente a paradas, mas ao aumento de fatores de risco.

As principais vítimas, afirmou Timerman, são homens acima de 40 anos com fatores de risco para doenças cardiovasculares (como hipertensão, diabetes e colesterol alto). O problema, porém, não escolhe sexo nem idade.

Outro caso de parada cardíaca, chamada de commotio cordis (coração em comoção), atinge jovens que levaram um golpe no peito em um jogo ou esporte de alto impacto, por exemplo. Esse tipo de parada cardíaca é extremamente difícil de ser revertido: apenas 13% voltam à vida.

Timerman explicou, ainda, que a adrenalina só é aplicada por médicos após a compressão cardíaca e o uso do desfibrilador. A injeção é feita pela veia, não mais diretamente no peito.

Apesar de a maioria dos casos ocorrer em casa, o médico acredita que não há necessidade de as famílias terem um desfibrilador, pois não há provas de que isso aumente a sobrevida das pessoas. Mais importante é que o serviço de emergência seja eficiente e que parentes (acima de 8 anos) de quem já teve parada aprendam a fazer a massagem cardíaca.

Por fim, Timerman destacou que o número único de emergência (192) tem se mostrado mais eficaz que os particulares em fazer o pronto-atendimento, que começa na ligação para o Samu e na orientação da equipe por telefone. Já as ambulâncias privadas também atendem casos de parada cardíaca, mas servem mais como transporte de pacientes para UTIs e entre hospitais.
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