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Diretor de escola do massacre se anima com reinício, mas admite 23 pedidos de transferência

R7

O balanço desta segunda-feira (18) para Luiz Narduk, diretor da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na zona oeste, foi de um dia positivo, apesar dos 23 pedidos de transferência. Para ele, o número de alunos que compareceram no retorno às aulas [74 dos 140 que eram esperados] foi significativo. Ele ressaltou ainda que dois novos estudantes, um menino e uma menina, fizeram matrícula,

- Hoje foi o primeiro passo, amanhã vamos estar atentos a reação de todas as séries. Terminamos o dia com 23 pedidos de transferência, mas fiz duas matriculas. Achei o número de alunos significativo, porque algumas crianças são do turno da manhã e não puderam vir ao colégio.

O diretor explicou que os professores não se integraram às atividades aplicadas aos alunos.

- Acredito que os professores ficaram receosos de interromper o momento dos alunos, que fluiu tão naturalmente. Foram os psicólogos que perceberam que os professores não estavam participando e sugeriram um novo planejamento. Nos estamos flexíveis a isso.

Luis Narduk confirmou que apenas o primeiro pavimento está liberado, mas algumas crianças visitaram as salas.

- Não há pressa. Poucos alunos pediram para visitar as salas. Eles foram sempre acompanhados por psicólogos e funcionários da escola. Todos que subiram voltaram bem.

Entenda o caso

Por volta das 8h do dia 7 de abril, Wellington Menezes de Oliveira, 23 anos, ex-aluno da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na zona oeste do Rio de Janeiro, entrou no colégio após ser reconhecido por uma professora e dizer que faria uma palestra (a escola completava 40 anos e realizava uma série de eventos comemorativos).

Armado com dois revólveres de calibres 32 e 38, ele invadiu duas salas e fez dezenas de disparos contra estudantes que assistiam às aulas. Ao menos 12 morreram e outros 12 ficaram feridos, de acordo com levantamento da Secretaria Estadual de Saúde.

Duas adolescentes, uma delas ferida, conseguiram fugir e correram em busca de socorro. Na rua Piraquara, a 160 m da escola, elas foram amparadas por um bombeiro. O sargento Márcio Alexandre Alves, de 38 anos, lotado no BPRv (Batalhão de Polícia de Trânsito Rodoviário), seguiu rapidamente para a escola e atirou contra a barriga do criminoso, após ter a arma apontada para si. Ao cair na escada, o jovem se matou atirando contra a própria cabeça.

Com ele, havia uma carta em que anunciava que cometeria o suicídio. O ex-aluno fazia referência a questões de natureza religiosa, pedia para ser colocado em um lençol branco na hora do sepultamento, queria ser enterrado ao lado da sepultura da mãe e ainda pedia perdão a Deus.

Os corpos dos estudantes e do atirador foram levados para o IML (Instituto Médico Legal), no centro do Rio de Janeiro, para serem reconhecidos pelas famílias. Onze estudantes foram enterrados no dia 8 e uma foi cremada na manhã do dia 9.

O corpo do atirador permanece no IML. Ele ficará no local por até 15 dias aguardando reconhecimento por parte de um familiar e liberação para enterro. Caso isso não ocorra, o homem pode ser enterrado como indigente a partir do dia 23 de abril.
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