Imprimir

Notícias / Política BR

Dilma diz que 'ONU envelheceu' e defende reforma em Conselho

G1

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira (20), em cerimônia de formatura de novos diplomatas, no Itamaraty, que a Organização das Nações Unidas “envelheceu” e defendeu reformas que aumentem a representatividade de países emergentes nos organismos internacionais. Segundo ela, o pleito do Brasil por um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU "não é capricho".

"Reformar o Conselho de Segurança das Nações Unidas não é capricho do Brasil, é uma necessidade de ajustar esse instrumento à correlação de forças do século 21. Significa atribuir aos temas da paz e da segurança efetiva importância. Mais do que isso, exige que as grandes decisões a respeito sejam tomadas por organismos representativos e, por essa razão, mais legítimos", disse.

Dilma também defendeu a luta em países do África do Norte por democracia e afirmou que a presença de países em desenolvimento no Conselho de Segurança da ONU é necessária para a solução efetiva de conflitos internacionais. “Fica patente também que, do ponto de vista da segurança, a ONU envelheceu. Os eventos mais recentes nos países árabes da África do Norte mostram uma saudável onda de democracia que desde o início defendemos. Refletem a complexidade dos desafios. Lidamos com fenômenos que não mais aceitam políticas imperiais, certezas categóricas e respostas guerreiras”, disse.

Em discurso, no Itamaraty, a presidente também reiterou que a defesa dos direitos humanos será prioridade da política externa brasileira. “A defesa dos direitos humanos está no centro da nossa política externa. Vamos promovê-los em todas as instâncias, sem concessões, sem discriminação e sem seletividade, coerentemente com as preocupações em nosso país”, afirmou.

Política externa
Dilma reiterou ainda que as relações diplomáticas e comerciais com países sul-americanos terão destaque no atual governo. “A América do Sul seguirá sendo prioridade da política externa brasileira. Sinalizei essa prioridade ao fazer minha primeira viagem à Argentina."

A presidente também disse que vai continuar a estreitar laços com países islâmicos e africanos. “A compreensão da universalidade de nossos interesses nos leva a abrir novos canais de cooperação comercial e política com países africanos e do Oriente Médio.” No governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Brasil viveu uma grande aproximação com países islâmicos, como o Irã.

Ainda durante o discurso, Dilma lembrou a viagem que fez na semana passada à China e reforçou o interesse do Brasil de ampliar o leque de mercadorias exportadas ao país asiático. Segundo ela, é preciso haver “franca reciprocidade” na relação comercial com a China.

“Queremos aumentar nosso comércio, mas também diversificá-lo. Queremos expandir nossas exportações com valor agregado. Precisamos de mais investimentos recíprocos e eles têm que propiciar efetiva cooperação na área de pesquisa científica e tecnológica, propiciar transferência de tecnologia de parte a parte.”

Apesar de fazer referência à importância de ampliar os países parceiros, Dilma destacou que o Brasil continuará a ter uma “cooperação efetiva” com os Estados Unidos e países europeus. “A Europa e os Estados Unidos continuarão parceiros com os quais manteremos cooperação efetiva e equilibrada. Foi muito importante a visita de Barack Obama ao Brasil, ela dará mais vigor às relações entre os dois países”, disse.

Obama visitou o Brasil em março deste ano, numa agenda que incluiu reuniões com Dilma em Brasília, participação em um fórum empresarial e visita a uma Unidade de Polícia Pacificadora, em uma favela do Rio de Janeiro.
Imprimir