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São Paulo ganha primeira creche sustentável

R7

São Paulo ganhou, neste ano, a sua primeira creche ecologicamente correta. Construída a pedido da prefeitura da cidade, a instituição está situada no bairro Jardim Guarani, na zona norte, e atende 108 crianças.

As atividades começaram no dia 10 de fevereiro. Ao todo, 17 profissionais trabalham na creche Universo Infantil, sendo oito deles professores.

A ONG responsável pela escolinha, a Amurt-Amurtel, coordena outras três na cidade. Todas seguem uma filosofia zen chamada de neohumanismo.

Cerca de 500 alunos estão matriculados nas quatro creches. A escolinha sustentável foi justamente a última a ser construída.

Denize Mazeto, voluntária da Amurt-Amurtel e consultora em sustentabilidade, diz que, em um projeto como esse, é preciso avaliar as características do terreno original onde fica a creche e o que ele pode oferecer.

- Percebemos que uma casa fechada [para a creche] era pouco iluminada, e faltava ventilação. Como no nosso orçamento também não haveria como substituir totalmente a energia elétrica pela solar, resolvemos abrir grandes janelas para melhorar a circulação de ar e economizar em energia.

Jardim vertical

Uma das criações preferidas de Denise é um jardim vertical. Em uma das paredes externas da casa, vários pneus, garrafas PET e potes encontrados na rua são usados de vasos, em forma de treliça. Neles estão plantadas flores, ervas e pés de legumes e verduras, como tomate.

Futuramente, os alimentos poderão ser usados na cozinha, afirma a voluntária.


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- O jardim permite um maior contato das crianças com a natureza, já que elas estão nos ajudando a montá-lo. Depois, os pequenos vão colher os frutos e ver como é o preparo na cozinha da creche. Outra vantagem [do jardim] é a manutenção de um microclima e a purificação do ar.

Reciclagem

Outra economia veio no próprio acabamento da construção. Todo o material usado - de azulejos e pisos a portas e janelas - veio de demolições. Isso, além de reduzir o custo da obra, também o valor da reciclagem.

A tinta nas paredes laterais da creche foi 80% mais barata que a tradicional, por ser sustentável. O material foi feito à base de terra, que não emite gases tóxicos.

Para economizar no consumo de água, foram adotados vasos sanitários especiais, que usam descarga diferenciada. São usados seis litros de água para fezes e apenas três para a urina das crianças.

Toda a água usada em mangueiras, nos banheiros e na cozinha vem de uma cisterna, que capta o líquido das chuvas e tem capacidade para 6.000 litros.

Para a coordenadora da creche, a filipina Didi Jaya, o mecanismo ajuda as crianças a entenderem logo cedo o conceito de economia e reciclagem.

-É bom que eles aprendam cedo a economizar água, já que o recurso que está ameaçado.

Energia solar

As crianças entram na creche às 7h, e só saem a partir das 16h30. Duas vezes por semana elas praticam yoga. Os alunos menores recebem a Shantala - massagem milenar surgida no sul da Índia e divulgada por um médico francês.

Para garantir o banho quente das crianças, foi criado um aquecedor de água à base de energia solar.

Outras soluções sustentáveis adotadas na creche foram ensinadas também para a comunidade do bairro, em aulas dadas durante a construção da creche. A ONG considera esse um de seus objetivos - envolver os moradores dos arredores e transmitir ensinamentos.
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