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Município recorre por falta de redução em atendimentos

De Sinop - Alexandre Alves

A Prefeitura de Alta Floresta (823 km de Cuiabá) reduzirá, a partir de 1º de maio, por falta de recursos suficientes para administrar o Hospital Municipal, o atendimento naquela unidade, até que o governo do Estado passe a gerir por meio de Organização Social (OS). A prefeita Maria Izaura (PDT) solicitou, hoje, reunião com o secretário de Estado de Saúde, Pedro Henry, para adiantar o assunto.

Os cortes no atendimento incluem a suspensão das cirurgias eletivas, fornecimento de passagens e de transportes de pacientes para tratamento médico em outros centros (com exceção das urgências e emergências), e interrupção de 50% do fornecimento de alimentação (priorizando pacientes, acompanhantes de crianças e de idosos) e para o corpo de enfermagem em turno de trabalho coincidente com o fornecimento das refeições. Também haverá corte parcial dos repasses financeiros para o Consórcio de Saúde.

No último final de semana, o secretário municipal de Saúde, Robson Valadão, reunido com a prefeita, o diretor do Hospital Municipal, José Marcos, técnicos do Fundo Municipal de Saúde e da área de finanças da Prefeitura, demonstrou estudo elaborado sobre a situação financeira da Secretaria, evidenciando a grave situação do setor, e propôs medidas urgentes na tentativa de manter o hospital em funcionamento, ainda que parcialmente.

Além dessas medidas, outras serão também adotadas em toda a Secretaria Municipal de Saúde. Desde de 2006, quando da promoção do I Fórum pela Estadualização do Hospital Municipal, Valadão vem demonstrando a fragilidade daquela instituição, principalmente pelo distanciamento do Governo do Estado para o seu custeio.

Uma das argumentações para a falta de recursos para administrar o hospital é que a unidade é municipal, mas com características de regional - atende todo o extremo norte de Mato Grosso – com custos mensais de RS 1 milhão. Porém, com participação financeira muito reduzida do Estado, cerca de 10%, com outros 25% via Governo Federal.

O que também preocupa os administradores municipais é a construção da Hidrelétrica Teles Pires, pois o impacto da chegada intempestiva de milhares de moradores (estimasse que mais de 10 mil pessoas mude-se para a região por causa da obra) demandará despesas ao Hospital Municipal, que não serão suportadas pelo município.

De acordo com o secretário Robson Valadão, o momento é delicado e grave, pois o município chegou ao “fim do caminho” e demonstra, de uma vez por todas, a sua incapacidade financeira para manter um hospital de porte regional, como o de Alta Floresta.
“Na dependência das soluções conseguidas pela prefeita Maria Izaura junto à Secretaria de Estado da Saúde, essas medidas poderão ser gradativamente suspensas até que o processo de estadualização do hospital seja efetivamente concluído e posto em funcionamento”, informou o secretário, por meio da assessoria.
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