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Falsa psicóloga ia promover simpósio sobre autismo com especialista norte-americano

Extra

Beatriz era considerada uma das maiores especialistas no Brasil no método "Análise do Comportamento Aplicada" (ABA, na sigla em inglês), destinado ao tratamento de crianças autistas.

— Ela era tão convincente na farsa que acreditava que era mesmo psicóloga e era indicada por outros especialistas e até médicos de outros estados — disse o delegado Maurício Almeida, titular da Decon.

A farsante era tão bem relacionada que ia promover, nos dias 21 e 22 de maio, em sua clínica, um simpósio com o renomado especialista americano Eric Hamblen — a quem dizia representar o Brasil. De acordo com um cartaz apreendido na clínica de Beatriz, Eric trabalha com autistas desde 1985, já atendeu na clínica para tratamento comportamental na Universidade da Califórnia e atualmente ministra palestras ao redor do mundo.

A tradução seria feita pela relações-públicas Marie Dorión Schenk. No cartaz apreendido, consta que ela é mãe de dois filhos autistas e fez cursos de especialização na área nos EUA.

Voltado para profissionais e pais de crianças com o distúrbio, o simpósio custaria R$ 450 por pessoa.

Um mundo só deles

O autismo é um transtorno mental complexo caracterizado por dificuldades emocionais e de interação. No Brasil, esse distúrbio atinge cerca de dois milhões de pessoas. Nos EUA, atinge uma a cada 110 crianças e afeta quatro vezes mais meninos que meninas.

Em geral, o diagnóstico acontece na primeira infância e, quanto mais cedo as crianças são diagnosticadas e tratadas, melhor.

Há vários tipos e graus de autismo. Em casos mais graves, o transtorno pode vir acompanhado de deficiência mental. Mas o problema pode também se manifestar mais com dificuldades emocionais e de linguagem.

Uma característica marcante de crianças com o transtorno é a dificuldade em estabelecer contato. Elas têm alteração de percepção e não conseguem compreender o que se passa ao seu redor. Em casos mais graves, não suportam contato físico ou visual, não olham nos olhos. Quanto maior for essa dificuldade de contato, mais grave é o caso.
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