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"ProUni do ensino técnico" precisa seguir o mercado

R7

A formação dos jovens que serão atendidos pelo Pronatec, o chamado "ProUni do ensino técnico", precisa atender às exigências do mercado de trabalho, que são dinâmicas. Essa é a avaliação do diretor de operações da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Rafael Lucchesi.

O programa foi lançado pela presidente Dilma Rousseff com a meta de capacitar jovens do ensino médio e trabalhadores. Novas escolas técnicas nas redes federal e estadual e bolsas de estudo em colégios privados são algumas das estratégias para alcançar 8 milhões de vagas para estudantes até 2014.

O Sistema S (Sesi, Senai, Sesc e Senac) será um dos parceiros do programa. Hoje responsável por boa parte da oferta de cursos técnicos e profissionalizantes do país, o sistema deverá ampliar a sua rede e aumentar o número de vagas gratuitas.

Também deverá receber boa parte dos alunos do ensino médio beneficiados com a bolsa formação.

- A atuação dos Senais é absolutamente focada na demanda. O Senai tem um histórico de atendimento e inclusive vem fazendo esse trabalho de observatório e perspectivas de mercado. É necessário atender às mudanças tecnológicas de cada área pensando quais os novos requisitos formativos da força de trabalho.

Alguns setores têm maior carência de mão-de-obra, como a construção civil.

- Cada setor tem problemas específicos. No caso da construção civil, o número de funcionários praticamente dobrou nos últimos anos, foi uma enorme expansão e o ritmo deve continuar crescendo com as obras do PAC [Programa de Aceleração do Crescimento], do Minha Casa, Minha Vida, da Copa e das Olimpíadas.

O ideal seria que toda a rede de formação envolvida no Pronatec, e não apenas o Sistema S, tivesse a capacidade de acompanhar as necessidades que o mercado aponta, diz Lucchesi.

- As escolas técnicas [federais e estaduais] têm baixa capacidade de mudança no tempo. Se as estruturas formativas dos institutos federais fossem mais flexíveis, seriam melhores.

Outra ação prevista no programa é a extensão do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) para cursos técnicos, com a possibilidade de que os empresários possam custear a qualificação de seus funcionários.

Lucchesi avalia que essa medida terá forte aceitação pelo setor já que, hoje, muitas empresas bancam cursos de aperfeiçoamento para seus empregados, inclusive no Sistema S. A vantagem do Fies é oferecer uma condição melhor de financiamento com juros de 3,4% ao ano.

- As condições são vantajosas e as empresas já gastam parte do seu faturamento com formação, com o Fies Técnico elas podem deslocar uma parcela do seu gasto próprio para um custo de oportunidade.
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