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Mãe e avó querem guarda de bebê abandonado em quintal em SP

G1

A mãe e a avó do bebê abandonado no quintal de uma casa na Vila Gustavo, Zona Norte de São Paulo, foram até o Conselho Tutelar no Jaçanã na manhã desta segunda-feira (2) para pedir a guarda da criança, que recebeu alta pela manhã.

A mãe do bebê, de 26 anos, que não quis ter o nome divulgado, trabalha como “cuidadora” de pessoas doentes e disse ter se arrependido de ter abandonado a criança. “Foi um momento de desespero. Pensei em pegar de volta. No dia saí sem rumo, a ideia veio na hora e deixei o bebê”, disse. Chorando, a mulher afirmou que fez tudo sozinha e que ninguém sabia da gravidez. Ela disse ter dúvidas da paternidade da criança.

A avó do bebê, Milene Nunes Ribeiro, de 58 anos, disse que ninguém de fato sabia que ela estava grávida. “Tomei um susto. Ela devia ter falado para mim. Quando o delegado me mostrou a foto de um bebê e disse que era do meu neto, fiquei paralisada. A família toda quer o bebê “, afirmou Milene.

Justiça
“Infelizmente a mãe não vai ficar com o bebê. Se a avó, que também pediu a guarda, quiser ficar, só com uma ação judicial. Ao sair do hospital, a criança vai ser encaminhada para um dos abrigos da região”, afirmou a conselheira tutelar de Jaçana/Tremembé Cleide Ribeiro Freire.

A mulher vai responder ao processo por abandono de incapaz em liberdade, segundo o delegado Antônio Carlos Corsi Sobrinho, do 73º DP, no Jaçanã. Ela foi detida neste sábado (30) em Suzano, na região metropolitana, e já foi indiciada. Se julgada e condenada, pode pegar de seis meses a três anos de prisão.

De acordo com a polícia, a mulher confessou ter deixado a criança porque não tinha como criar o filho. "Ela disse que abandonou o bebê porque não tinha condições de criar o menino, estava desesperada. Disse que o pai da criança sumiu”, contou Sobrinho.

Segundo ele, a mulher deu à luz o menino no Hospital do Servidor Público Municipal, na Zona Sul, na segunda-feira (25). O recém-nascido, com tempo de vida estimado pela polícia em 5 dias, foi deixado no quintal da casa de um porteiro. Ronaldo Ayres Gambale havia saído para ir à padaria e, quando voltou, encontrou o menino enrolado em um cobertor. Junto dele, havia uma bolsa com a inscrição "Mãe Paulistana", programa da Prefeitura que auxilia as gestantes.

De acordo com o delegado, a mulher disse que conheceu o pai da criança na igreja que frequenta, mas que, quando foi falar da gravidez, ele havia sumido. "A família dela nem desconfiava."
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