A Embrapa Agrossilvipastoril, sediada em Sinop, buscou, na quarta e quinta-feira, cerca de 100 metros cúbicos de madeira doadas pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), após serem apreendidas em área de desmatamento ilegal na região Norte do Estado. As toras são das espécies Itaúba, Champanhe e Cedrinho e serão utilizadas em obras no centro de pesquisa que está em construção no município.

A madeira foi apreendida na última semana, em uma mata localizada em um assentamento às margens da BR-163, a cerca de 50 km de Sinop. Dois tratores utilizados na derrubada da floresta também foram apreendidos e doados à Embrapa. As máquinas foram resgatadas no último sábado, informa a assessoria.

Desde a chegada da Embrapa Agrossilvipastoril a Mato Grosso, a empresa e o Ibama tem sido parceiros. Parte da madeira utilizada na obra de construção da sede do centro de pesquisa foi proveniente de doações feitas após apreensões em desmatamentos ilegais.

De acordo com o fiscal do Ibama, Evandro Selva, a parceria com a Embrapa tem sido vital para o trabalho desenvolvido em Mato Grosso, já que o instituto não tem como recolher as apreensões. “ Nossas forças estão nas apreensões e não temos como retirar o material. Mostrar que o infrator vai perder o bem retirá-lo dele é fundamental para mostrar que o poder público está organizado”, disse Selva.

Para o chefe-adjunto administrativo da Embrapa Agrossilvipastoril, Tênisson Waldow, o recebimento destes materiais é importante não apenas pela redução dos custos de implantação da unidade, que é uma obra pública, mas também por dar um destino útil ao que foi apreendido.

“Antes de se pensar no custo, estamos contribuindo para a apropriação de materiais para fim de desenvolvimento. Também estamos evitando que isto não seja utilizado de outra forma ou venha a deteriorar. Além disso, tem uma contribuição para o relacionamento e fortalecimento institucional dos dois órgãos públicos”, analisa Waldow.

Como forma de compensação ambiental pela madeira recebida e utilizada na construção da sede da Embrapa em Mato Grosso, a mesma quantidade empregada na obra será plantada em experimentos de recuperação de áreas degradadas. Estes experimentos serão desenvolvidos no próprio centro de pesquisa da empresa.

Além de madeira, o Ibama também já contatou a Embrapa Agrossilvipastoril para fazer a doação de cerca de 700 cabeças de gado que também foram apreendidas. Os animais serão utilizados em experimentos já previstos para serem implantados na unidade.

A Embrapa também tem sido fiel depositária de máquinas, caminhões, barcos e equipamentos apreendidos no Estado. Caso o Poder Judiciário decida pelo confisco destes bens, eles serão incorporados ao patrimônio da unidade, servindo de suporte ao desenvolvimento das pesquisas.