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Resultado do G-20 foi bom, diz economista da Associação Comercial de São Paulo

ABr

O resultado do encontro do G-20, grupo das 20 maiores economias do mundo, foi considerado “bom” pelo economista Marcel Solimeo, da Associação Comercial de São Paulo.

Para ele, o principal fator positivo foi “o empenho dos governos em seguir na mesma direção, embora existam divergências em determinados aspectos, no sentido de reforçar a capacidade de o FMI [Fundo Monetário Internacional] ajudar os países mais afetados pela crise [financeira internacional] a se desenvolverem”.

Ele ressaltou que parte dos recursos anunciados (US$ 1,1 trilhão) já estava em andamento e, com o consenso sobre a viabilidade, resgata-se a confiança de empreendedores que adiaram metas de investimentos. A injeção de mais dinheiro na economia vai aliviar, por exemplo, a situação de países que têm carência de crédito para financiar as exportações, estimulando o fluxo no mercado internacional, disse o economista.

Solimeo classificou de “mais um arroubo” a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que o Brasil poderia emprestar dinheiro ao FMI, lembrando que o próprio ministro da Fazenda, Guido Mantega, já havia dito que qualquer aporte só ocorreria com o uso das reservas cambiais do país.

De acordo com Solimeo, outro fato relevante foi a predisposição dos dirigentes do G-20 de combater o protecionismo e retomar as discussões no âmbito da Rodada Doha, o que, se for concretizado, contribuirá para a retomada do crescimento econômico, com o aumento do comércio exterior.

Ele advertiu, no entanto, que, por enquanto, tais posições não passam de declarações expansionistas, embora sejam importantes. “Vamos aguardar a aplicação dessas medidas na prática.”

Ao comentar o tema central do encontro – regulação do mercado financeiro – ele disse que é pouco provável haver equalização de regras. Solimeo destacou a posição conservadora do Brasil, que faz rígida supervisão das instituições e segue os princípios do Acordo de Basiléia. Tanto é assim que o país não foi tão afetado quanto os outros pela crise de liquidez internacional, que se tornou mais aguda em setembro do ano passado, justificou Solimeo.

O economista criticou a rigidez da política monetária brasileira, afirmando que ainda há espaço para novas reduções da taxa básica de juros (Selic) e mesmo do volume de dinheiro que os bancos são obrigados a depositar no Banco Central. Ele manifestou-se também favorável à desoneração tributária sobre as operações financeiras.
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