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Notícias / Cidades

Testemunha em operação some após sair de programa de proteção

De Sinop - Alexandre Alves

Desde o mês de setembro do ano passado, Maria de Lurdes Evangelista, de 52 anos, procura o filho João José Evangelista de Oliveira, hoje com 24 anos, que está sumido desde que saiu do Programa de Proteção a Testemunhas. João foi testemunha chave que desencadeou a “Operação Mapinguari”, em 2007.

O jovem entrou no programa logo após depor, em maio daquele ano. Maria disse, ao Olhar Direto, ter sido informada pelo Ministério Público Federal (MPF) que o filho pediu para sair da proteção, em setembro de 2010. “Disseram-me em Cuiabá que João saiu por conta própria e isso está me desesperando, porque até agora ele não entrou em contato comigo e com nenhum parente”, falou a mãe.

A Mapinguari foi desencadeada naquele ano e prendeu 23 pessoas, após João prestar depoimento à Polícia Federal, afirmando que madeireiros de Feliz Natal, Sorriso, Vera e Nova Ubiratã estarem conluiados com índios do Parque Nacional do Xingú para extração ilegal de madeira da terra indígena.

Entre os presos estavam o cacique Ararapan Trumari e três ex-gerentes do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), na regional de Sinop; madeireiros em Feliz Natal, em Sorriso e Vera. Eles foram acusados pelo MPF de envolvimento na extração ilegal de madeira de áreas indígenas.

A PF apontou, na época, que o esquema teria resultado em 2.3 mil cargas de madeira de diversas espécies, como Peroba, Itaúba, Cedrinho e Cambará. Foram fechadas nove madeireiras em Feliz Natal e Vera, acusadas de comprar madeiras dos índios. As prisões foram revogadas posteriormente, no Tribunal Regional Federal (TRF), e os bens de alguns envolvidos desbloqueados.
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