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Notícias / Educação

Professor da Unesp é suspeito de discriminar angolano

AE

A diretoria da Faculdade de Engenharia de Bauru (FEB), da Universidade Estadual Paulista (Unesp), abriu processo administrativo para investigar denúncia de racismo em sala de aula, que teria sido cometido por um professor contra um aluno angolano. O estudante africano frequenta o segundo ano do curso de engenharia mecânica por meio de intercâmbio entre a universidade e o governo de Angola.

Segundo a denúncia, o fato ocorreu na quarta-feira (1º), quando o professor teria destratado o aluno, que chegara atrasado alguns minutos para a aula. Conforme os relatos de testemunhas, o professor bateu a porta na cara do aluno e disse em voz alta que o rapaz, a quem chamou de "negão", deveria voltar para seu país de origem. "Esse negão deveria voltar para o país dele", teria dito o professor. Além disso, o professor também teria destratado outro aluno, um brasileiro, branco, que também chegara atrasado com o angolano.

A denúncia foi enviada na quinta-feira (2) à direção da FEB pelos dois alunos e nesta sexta-feira (3) o diretor da faculdade, Alcides Padilha, nomeou uma comissão para apurar o caso. Padilha mantém os nomes dos envolvidos em sigilo.

De acordo com ele, foram nomeados três professores de outros campi da Unesp e um assessor jurídico da universidade para compor a comissão que julgará o caso. "A comissão vai apurar o que aconteceu, ouvir envolvidos e testemunhas e julgar o caso. O professor pode ser absolvido, pode sofrer advertência, ser suspenso ou mesmo até expulso da faculdade", explicou. Padilha disse que, em 30 dias, a comissão deverá dar parecer sobre o assunto. Segundo ele, oito estudantes angolanos estudam na faculdade "e todos são alunos educados, maravilhosos", disse.
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