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Temer ‘poderia muito bem ter ficado calado’, diz senador Pedro Simon

G1

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) criticou nesta segunda-feira (16) o vice-presidente da República, Michel Temer, que afirmou, no começo de maio, ver “dificuldades” na tramitação da reforma política no Congresso. Para Simon, seria melhor que o vice-presidente “tivesse ficado calado”.

“O triste é a falta de otimismo [em relação à reforma]. O vice-presidente da República já disse que acredita ser muito difícil fazer as reformas neste ano. Eu acho que vossa excelência poderia muito bem ter ficado calado ao invés de dar essa afirmativa. Nós todos sabemos que, se a reforma política não sair neste ano, ela não sai mais”, discursou Simon no Senado. O G1 entrou em contato com a assessoria do vice-presidente e ainda aguarda resposta.

No último dia 6, durante palestra organizada pela Associação Comercial de São Paulo, Temer disse que se o Congresso não aprovasse a reforma política este ano seria porque os parlamentares simplesmente chegariam à conclusão de que o atual sistema não deveria ser mudado.

"Sinto um certo arrefecimento, ou seja, começam a surgir dificuldades para tramitar a reforma política, então os colegas dizem: 'vamos deixar como está'. E, se deixar como está, não acho bom. Como todos anseiam por uma reforma política, seria útil que fizesse, mas se deixar como está, não se pode criticar o Congresso", argumentou Temer.

Ano da reforma
Colega de partido de Temer, o senador gaúcho criticou a falta de otimismo do vice-presidente e ainda lembrou que 2011 “é o ano da reforma política”.

Simon criticou as propostas de financiamento público de campanha e de instituição do voto em lista por não se saber as condições em que essas regras seriam implementadas, caso aprovadas. “Financiamento público de campanha. Como vai ser distribuído o dinheiro? Em quantias iguais? E o voto em lista? Na atual condição dos partidos em que, no estado X, João é presidente, a mulher é vice, a filha é secretária?”, questionou Simon.

O senador gaúcho ainda lembrou o papel do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), na condução das negociações para a votação da reforma no Congresso. Simon lembrou que existem duas comissões debatendo o tema, sendo uma no Senado e outra na Câmara, quando poderia existir apenas uma comissão mista composta por deputados e senadores.

“O presidente Sarney podia e devia ter convidado o presidente da Câmara para os dois conversarem e, juntos, instalarem uma comissão mista. Se fosse uma comissão mista, essa comissão mista já tinha um início e, daí, ela iria para a Câmara dos Deputados. Começaria lá e voltaria para cá. Agora, a comissão do Senado vai ter uma proposta, a comissão da Câmara vai ter outra proposta. Como é que vai ser? A nossa vai começar circulando aqui e a da Câmara vai começar circulando na Câmara? É meio ridículo, é meio imprevisível”, analisou Simon.
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