Imprimir

Notícias / Política BR

Frigoríficos do país suspensos por Rússia terão que esperar mais

G1

Terminou sem um resultado a reunião de autoridades do Brasil com representantes do governo russo para a liberação de algumas unidades produtoras de carnes brasileiras, suspensas pelo serviço veterinário russo, segundo participantes do encontro.

O governo da Rússia manteve, no mês passado, as restrições sanitárias a 13 plantas frigoríficas do Brasil, além de incluir outras oito unidades entre aquelas embargadas para vender aos russos.

As restrições incluem unidades de carnes bovina, de aves e suína, e têm um impacto menor nas exportações brasileiras, uma vez que outras empresas continuam autorizadas a vender aos russos.

Segundo a nota do Ministério da Agricultura, o serviço sanitário russo requisitou novas informações. 'O Ministério da Agricultura fará novas auditorias em todas as indústrias de carnes bovina, suína e de aves habilitadas a exportar para a Rússia', acrescentou a nota.

Após estas inspeções, o governo brasileiro encaminhará uma avaliação global sobre os frigoríficos, que será discutida em uma nova rodada de trabalho.

Durante a 5a Reunião de Alto Nível presidida pelo vice-presidente do Brasil, Michel Temer, e pelo primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, nesta quarta-feira, foi assinada somente uma declaração conjunta que reforça a cooperação bilateral na área da agricultura.

O Comitê Consultivo Agrícola Brasil-Rússia (CCA) só voltará a se reunir na segunda quinzena de outubro no Brasil, mas o local e a data ainda não foram definidos, segundo nota do Ministério da Agricultura.

'A reunião foi muito cordial, muito boa, mas ela não entrou em detalhes que serão tratados em uma próxima reunião', afirmou em entrevista à Reuters Pedro de Camargo Neto, presidente da associação que representa os exportadores de carnes suínas (Abipecs), que acompanha a missão na Rússia.

'(A missão) Cumpriu uma etapa política, tinha que ter, cumpriu uma etapa política bem. A presença de Michel Temer ajudou, então foi muito bem, mas falta discutir tecnicamente', disse Camargo Neto.

Segundo o secretário de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Célio Porto, os russos reivindicaram a remoção do imposto de 10 por cento para as importações de trigo, já que vislumbram fornecer o cereal para o Brasil no futuro, quando conseguirem recompor os seus estoques.

Mas o governo brasileiro indicou que negociar a redução da tarifa, em troca da queda do embargo aos frigoríficos, seria inviável, já que a tarifa é do Mercosul, e precisa de consenso com os países vizinhos, que exportam ao Brasil sem taxas.

'Preferimos uma resposta diplomática', afirmou Porto à Reuters, na Rússia.

O governo brasileiro afirmou em nota que somente ficou acordada a revisão da Instrução Normativa que trata da análise de risco para importação pelo Brasil de trigo russo.

'O governo brasileiro vai avaliar a ampliação de autorização de novos portos de entrada do cereal russo. Hoje, a norma permite a entrada do produto apenas por portos do Nordeste', segundo o comunicado.
Imprimir