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Cerca de 80% dos asmáticos são alérgicos, destaca pneumologista

G1

Depois do Bem Estar desta quinta-feira (19), o pneumologista Rafael Stelmach respondeu a perguntas da internet sobre bronquite e asma. Segundo o médico, que atua no Instituto do Coração (Incor) e preside a ONG Iniciativa Global contra a Asma, é difícil diagnosticar asma em crianças abaixo de 2 anos, por isso é importante ver se há outros casos na família.

Algumas pessoas que têm rinite desenvolvem asma mais tarde. Cerca de 80% dos asmáticos são alérgicos e 20% só começam a ter o problema na idade adulta. A asma pode ser também ocupacional, ou seja, associada ao ambiente de trabalho em que há exposição a pó ou fumaça. O pneumologista recomenda que o indivíduo mude de função, use máscaras ou abra os ambientes para ventilá-los.

Animais não causam asma, mas têm fatores irritantes, como pelos e fezes. Por isso, deve-se evitar bichos de estimação em locais de uso frequente, como quartos e salas. Baratas também podem desencadear crises, assim como perfumes e produtos de limpeza, como cloro e amoníaco.

Deixar de usar perfume é indicado apenas para quem não está com a crise controlada. Os demais podem usar fragrâncias mais suaves ou naturais.

Stelmach disse que tosse crônica pode ser sintoma de asma, e é preciso consultar um especialista para avaliar o caso. Ele explicou, ainda, que não existe comprovação científica de que a alergia alimentar provoque asma.

De acordo com o médico, a aceleração dos batimentos causada pelo remédio contra asma não prejudica o coração. A única cautela deve ser com pacientes cardíacos. O uso de umidificadores de ar é recomendado quando a umidade está baixa, menor de 50% ou 60%. É melhor que bacias com água ou toalhas molhadas, mas, em grande quantidade, o aparelho traz mofo e piora as doenças respiratórias. O ideal é ligá-lo pouco antes de dormir e desligá-lo em seguida.

Pílula contra asma ainda não existe, porque o medicamento via oral desce para o estômago, depois para o fígado, depois para o sangue e, por último, para o pulmão. Portanto, a dose precisaria ser muito grande. Atualmente, os remédios inalados e chegam diretamente aos pulmões, com efeito potencializado.

Exercício físico pode ser prejudicial se a pessoa não estiver bem tratada e com a crise controlada.

Segundo Stelmach, o cérebro entende a respiração nervosa como falta de ar ou, ainda, como ansiedade. Como esses sinais se confundem, os asmáticos podem ter uma crise leve, mas ficar muito nervosos – principalmente as mulheres. A ansiedade não é uma causa da doença, mas pode estar associada a ela.

O pneumologista esclareceu também que bronquiolite é uma inflamação que ocorre principalmente em crianças pequenas, ainda em fase de amamentação. Os meninos são mais atingidos e a origem costuma ser viral. Há uma relação entre bronquiolite e asma, segundo estudos.

Quem está ao lado de um indivíduo em crise de asma ou bronquite deve orientá-lo a respirar mais tranquilamente para diminuir a ansiedade. Deve-se também chamar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgências (Samu), no número 192.

Por fim, o especialista destacou a importância de o paciente assumir que tem a doença e que precisa de tratamento e, eventualmente, de medicação.
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