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Sindicato entra na Justiça contra demissão de 400 na Honda em SP

Auto Esporte

O Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região entrou nesta quinta-feira (18) com uma ação no Tribunal Regional do Trabalho contestando a decisão da Honda de demitir 400 funcionários da fábrica de Sumaré (SP).

O corte foi anunciado na última quarta (17), como consequencia da redução da produção de automóveis em virtude da falta de peças vindas do Japão. Em todo o mundo, a montadora sofre com a queda no fornecimento de componentes desde o terremoto ocorrido em março.

Os representantes dos funcionários negociavam desde a semana passada com a montadora uma alternativa à decisão da matriz de que a fabricação de veículos fosse reduzida a partir de junho, o que faria com que a Honda abrisse mão de um dos três turnos diários. A proposta do sindicato, para que não houvesse demissões, era diminuir a carga horária nos turnos restantes e dar férias a 400 trabalhadores por mês até dezembro. Segundo o presidente da entidade, Jair dos Santos, a última reunião com a empresa ocorreu na última segunda-feira (16), na Delegacia Regional do Trabalho. Ele se disse surpreendido pela nota que a Honda enviou na quarta anunciando o desligamento de 400 funcionários.

No comunicado, a montadora dizia que tomou a decisão "após esgotar todas as alternativas para viabilizar a fábrica". O sindicalista contesta a informação. "Em nenhum momento o sindicato foi comunicado pela empresa de que estaria encerrado o processo de negociação e haveria demissões", afirma Santos.

Segundo a assessoria do TRT da 15ª Região, a ação foi protocolada nesta tarde e enviada para a seção de dissídios coletivos, onde será analisada pela vice-presidência judicial. Em geral, o tribunal costuma convocar audiências conciliatórias nesses casos. "Queremos insistir numa alternativa, os trabalhadores não podem pagar a conta", diz Santos.

Assédio moral
O sindicato dos metalúrgicos pretende ainda entrar com uma ação de assédio moral coletivo contra a Honda no Ministério Público Estadual. "A fábrica não informou o sindicato das demissões. Os demitidos foram informados por telegrama", afirma o presidente.

Segundo Santos, a fábrica de Sumaré está sob greve parcial desde a última quinta-feira, afetando a produção. Naquele dia, a Honda disse que houve somente paralisações momentâneas, para a realização de assembleias de funcionários. O G1 procurou a montadora novamente nesta quinta, e ainda não obteve a confirmação sobre novas paralisações.
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