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Relatório aponta que não aprovação do código aumentou desmatamento

De São Paulo - Marcos Coutinho/Da Redação - Lucas Bólico

Relatório assinado pelo secretário de Meio Ambiente de Mato Grosso, Alexander Maia, e enviado ao gabinete de crise instalado pelo governo federal para detectar o aumento substancial do desmatamento no país, sobretudo na região amazônica, revela que o aumento dos níveis de degradação das florestas pode estar intrinsicamente ligado à indefinição quanto à aprpvação do novo Código Florestal, ainda em fase de discussão no Congresso Nacional.

"Não há como negar a forte vinculação entre o desmatamento e os processos de legislação ambiental (o novo Código)", consta de trecho do documento assinado por Maia, oficial da Polícia Militar.

Os criminosos ambientais de Mato Grosso, segundo dados da União, são responsáveis por mais de 80% do desmatamento registrado na Amazônia Legal entre os meses de março e abril. No total, mais de 590 quilômetros quadrados foram desmatados sem as devidas licenças ambientais.

Antes de este relatório ser entregue ao gabinete de crise, Maia já havia antecipado, em entrevista ao Olhar Direto, que distorções no entendimento do novo Código Florestal motivaram produtores do estado a desmatar irresponsavelmente com a ‘esperança’ de serem anistiados com a alteração da legislação.

O diretor do Ministério do Meio Ambiente, Mauro Pires, afirmou na mema ocasião, tamnbém em entrevista ao Olhar, que é importante esclarecer aos produtores que o Código Florestal, em tese, só legaliza os desmates ilegais cometidos até julho de 2008.

Nos últimos nove meses (de agosto a abril) de coleta da taxa anual de desmatamento de 2011, o ritmo de abate das árvores cresceu 27%, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). 

Além de rápido, o desmatamento mudou de perfil, segundo Maia. "Os últimos dados mostram uma retomada dos grandes desmatamentos, com até 17 quilômetros de extensão", diz o documento assinado pelo secretário do Meio Ambiente de Mato Grosso, em matéria do jornal O Estado de São Paulo, que chega amanhã às bancas de todo país.

Segundo Maia, o Estado já aplicou R$ 42 milhões em multas neste ano e vai suspender o Cadastro Ambiental Rural dos proprietários rurais responsáveis por desmatamento irregular. Mesmo assim, ao enviar o relatório, o secretário reconhece a debilidade da fiscalizção não somente do governo estadual mas também da União.

Mais informações em instantes. Atualizada às 00h49/Segunda atualização à 01h23.

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