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Notícias / Meio Ambiente

Alvo de disputa entre fazendeiros e MPF entra na lista negra de desmate

De São Paulo - Marcos Coutinho/Da Redação - Lucas Bólico

Alto Boa Vista, município que é alvo de uma disputa judicial entre fazendeiros, Ministério Público Federal (MPF) e índios, vai entrar na lista negras dos maiores desmatadores do país e a Secretaria de Meio Ambiente (Sema) vai suspender o Cadastro Rural Ambiental dos proprietários das áreas desmatadas de forma irregular (sem licenças), além dfe aplicar as multas de praxe.

Além de Alto Boa Vista, também vão para a lista dos vilões do desmatamento os municípios de Cláudia, Santa Carmem e Tapurah. Segundo apurou o Olhar Direto, com base em informações de fontes da Sema, nessas cidades poderá haver embargos da produção, fato que pofe engessar as economias locais.

Por conta desses municípios, Mato Grosso voltou a ser o Estado recordista em desmate no país. Boa Vista, segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, superou Nova Ubiratã, no mesmo Estado, cuja área desmatada supera os 86 quilômetros quadrados. No total, 41 municípios serão intensamente monitorados. Alto Boa Vistaé dominado por pastagens enquanto Nova Ubiratã é área de produção de soja.

Entre agosto do ano passado e abril deste ano, de acordo com o Inpe, fazendeiros de Alto da Boa Vista teriam desmatado uma área de cerca de 98 quilômetros quadrados de vegetação nativa.

A relação dos municípios desmatadores também terá Boca do Acre (AM), Moju (PA) e Grajaú (MA), segundo informa o jornal O Estado de São Paulo que está nas bancas de todo o país neste domingo.  Na quinta-feira passada, a ministra Izabella Teixeira (Meio Ambiente) indicou que a lista passaria a contar com 50 municípios, mas esse número ainda pode subir. 

"Não gosto de indicar os produtores como responsáveis, porque detectamos um grande desmatamento em Nova Ubiratã em imóvel cujo proprietário mora em Curitiba (PR) e não produz nada", disse o secretário de Meio Ambiente do Mato Grosso, Alexander Torres Maia para o Estadão. "É um desmatamento especulativo, para aumentar o valor das terras na expectativa de uma anistia", completou.

Em documento encaminhado ao gabinete de crise do governo, o secretário afirma que produtores rurais foram influenciados a realizar desmatamentos ilegais por conta da discussão da reforma do Código Florestal, assim como das novas regras ambientais fixadas no Estado de Mato Grosso.
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