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Terremoto mata 50 e deixa 50 mil sem casas na Itália

Folha Online

Um terremoto de 6,3 graus na escala Richter atingiu o centro da Itália às 3h32 desta segunda-feira --22h32 deste domingo (5) no horário de Brasília-- e deixou ao menos 50 mortos, segundo o ministro do Interior, Roberto Maroni. Um porta-voz da Agência de Proteção Civil afirmou que ao menos 50 mil ficaram desabrigados.

O último terremoto deste porte a atingir a Itália foi em 31 de outubro de 2002. O tremor, de 5,9 graus, atingiu Campobasso, no centro-sul da Itália, e deixou 30 mortos, a maioria crianças, em San Giuliano di Puglia.


Maroni disse que os serviços de resgate começaram a atuar 15 minutos depois do tremor, que não permitiu uma resposta mais rápida.

Ainda segundo a Proteção Civil, mais de 10 mil casas e edifícios foram danificados pelo terremoto na cidade de L'Aquila, capital da região montanhosa dos Abruzzos, a 110 km de Roma.

Várias pessoas são consideradas desaparecidas, de acordo com a polícia. O epicentro foi localizado a cinco quilômetros abaixo de L'Aquila.


O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, decretou estado de emergência nacional e designou o chefe da Defesa Civil, Guido Bertolaso, como coordenador dos trabalhos de resgate. "É uma tragédia sem precedentes", afirmou Berlusconi, que cancelou uma viagem que faria nesta segunda-feira a Moscou.

"Teremos muitas vítimas, muitos feridos e muitas casas derrubadas", declarou Bertolaso.

A área histórica de Aquila, uma cidade de 60 mil habitantes, foi bastante afetada. A nave de uma igreja desabou, assim como parte de um albergue estudantil.

Nas ruas de L'Aquila, capital homônima da Província, centenas de pessoas --algumas ainda de pijama-- estão pelas ruas, acampando em praças e parques. Segundo o jornal italiano "La Repubblica", em alguns lugares há corpos que ainda não foram removidos, cobertos apenas por um lençol.

De acordo com Bertolaso, a situação é "dramática". Muitas casas e prédios ficaram destruídos no centro de L'Aquilla, entre eles edifícios históricos. Várias construções foram esvaziadas.

Um edifício de três andares que serve como residência para estudantes na cidade de L'Aquila, ficou parcialmente destruído e há estudantes desaparecidos. As autoridades escavam os escombros do prédio à procura de sobreviventes.

A estrada que liga Roma a L'Aquila está interditada.

O papa Bento 16 rezou pelas vítimas, em particular as crianças, que morreram no terremoto. "O papa expressa sua dor às populações afetadas e oferece orações fervorosas pelas vítimas, em particular pelas crianças", afirma um telegrama enviado em nome do pontífice pela secretaria de Estado às autoridades religiosas da cidade de L'Aquila.

Superlotado, o hospital de L'Aquila não consegue atender a todas as pessoas que buscam assistência médica. Uma multidão se aglomera na porta do estabelecimento. O hospital está sem água e começam a faltar suprimentos médicos. Foi este hospital que confirmou a morte de quatro crianças na cidade --elas chegaram a ser socorridas mas não resistiram.

Tremor

A intensidade de 6,3 graus na escala Richter foi atribuída pelo Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês), que informou ainda que o epicentro do terremoto foi a 85 km a nordeste de Roma, 10 km abaixo da superfície terrestre. Inicialmente, o instituto americano afirmou que o terremoto havia sido de 6,7 graus, mas em seguida, baixou a classificação para 6,3. De acordo com a agência de notícias italiana Ansa e a rede de TV Rai News, que não citam fontes, a intensidade foi de 5,8 graus na escala Richter.

Moradores de Roma, cidade que raramente é atingida por atividade sísmica, foram acordados pelo terremoto. Móveis tremeram e alarmes de carros dispararam na capital italiana.



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