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Notícias / Educação

Idealizadora do Projeto Padrinhos defende importância de iniciativa

Da Assessoria

Há onze anos, um projeto é o canal para a formação de afeto entre famílias e crianças e/ou adolescentes abrigadas em lares de acolhimento com possibilidade remota de adoção por conta da idade. O projeto Padrinhos, idealizado pela juíza Maria Isabel de Matos Rocha, da Vara da Infância e Juventude de Campo Grande (MS), foi um dos temas da palestra proferida pela magistrada no Fórum Desembargador José Vidal, em Cuiabá, durante a abertura da Semana Nacional da Adoção em Mato Grosso, realizada no dia 23.

A magistrada conta que a idéia do Padrinhos surgiu quando uma professora de francês a procurou não para ser mãe adotiva, mas madrinha de três irmãos que estavam abrigados em um lar de Campo Grande. Cada irmão foi adotado por famílias diferentes, mas a professora, segundo a magistrada, ainda continua ligada a cada um dos irmãos.

Segundo a juíza Maria Isabel Rocha, o projeto abriu os lares de acolhimento para a sociedade. “Os padrinhos começaram a se aproximar dos abrigos, o que gerou uma verdadeira revolução”, se recorda. Bem próxima dos lares, a sociedade passou a ajudar as instituições com doações de toda ordem. “Antes do projeto, os abrigos eram fechados, não tinham atividades e nenhuma supervisão”, enfatiza a magistrada.

Com o tempo, as crianças, antes simplesmente apáticas a qualquer laço de afeto, refloresceram para a vida. “Elas passaram a demonstrar sentimentos, riam, choravam e ficaram mais ativas, é claro, como verdadeiras crianças”, comemora. Em 2007, o projeto foi vencedor do concurso Mude um Destino, realizado pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB).

Há três formas de apadrinhar uma criança. A primeira delas é ser um padrinho provedor, ou seja, a pessoa que dá suporte material ou financeiro à criança ou adolescente, seja com a doação de matérias escolares, calçados, brinquedos, seja com o patrocínio de cursos, reforço escolar, prática esportiva e até mesmo mediante contribuição mensal. Outra opção é ser o padrinho afetivo, aquele que visita regularmente a criança ou o adolescente, buscando-o para passar finais de semana, feriados ou férias escolares em sua companhia, proporcionando a promoção social saudável que gere experiências gratificantes. Por fim, há o padrinho prestador de serviços, que consiste no profissional liberal que se cadastra para atender as crianças e adolescentes participantes do projeto, conforme sua especialidade de trabalho, independentemente de sua formação escolar.

Como Participar - O projeto é desenvolvido em Mato Grosso desde 2008 pela Comissão Estadual Judiciária de Adoção (Ceja), ligada à Corregedoria-Geral de Justiça. Para participar do projeto, o pretendente deve procurar a Ceja, preencher um cadastro ou acessar as fichas pelo Portal do Tribunal de Justiça.

No caso do apadrinhamento afetivo e do prestador de serviços será feito um estudo psicossocial com os requerentes pela equipe da Ceja. Elaborado o laudo do estudo psicossocial, o procedimento será encaminhado para um dos membros da Ceja para aprovação ou não.

Aprovado o cadastro o padrinho ou a madrinha comparecerá perante a Ceja para a seleção da criança ou adolescente pretendido. Nos casos do apadrinhamento provedor e prestador de serviços será a equipe técnica da instituição acolhedora que irá escolher qual criança ou adolescente que está precisando com mais urgência de apadrinhamento.
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