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Presidente do STF defende reforma política para mudar financiamento de campanha

Folha Online

O ministro Gilmar Mendes, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), afirmou nesta segunda-feira que o financiamento público de campanhas eleitorais só seria viável após uma reforma no sistema político do país. Segundo Mendes, da maneira como é hoje, não seria possível evitar que os partidos recebessem recursos privados não declarados.

"Teríamos mais gastos e não se conseguiria evitar recursos privados não declarados nas campanhas num país continental", afirmou o ministro durante curso para diplomatas no Rio.

A discussão sobre o financiamento público de campanha ganhou força após a Operação Castelo de Areia, da Polícia Federal, que levantou suspeitas sobre doações eleitorais feitas pela construtora Camargo Corrêa. A empresa afirma que todas as suas doações foram legais.

Segundo o ministro, o sistema eleitoral atual já é, em partes, financiado por meio de recursos públicos. A propaganda eleitoral no rádio e na TV e os fundos partidários representam esse financiamento.

"Esse modelo absoluto [de financiamento público] dependeria de uma mudança no sistema político eleitoral e nós não sabemos bem qual será esse modelo. Eu disse até que nós seguindo aquele dito: 'Nós sabemos o que não queremos, mas não sabemos exatamente o que queremos.' E é nesse estágio que estamos na questão da reforma politica, e é isso que devemos tentar resolver", afirmou o ministro.
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