Notícias / Ciência & Saúde
Nova técnica pode dobrar o número de pulmões para transplantes
G1
Uma nova técnica desenvolvida no Incor (Instituto do Coração), em São Paulo, poderá dobrar o número de pulmões disponíveis para transplantes. O método permite recuperar órgãos que normalmente seriam descartados e usá-los em pacientes.
Segundo o chefe de Cirurgua Torácica e Transplante Pulmonar do Incor, Fábio Jatene, é difícil conseguir o órgão para os o número de transplantes.
- O transplante de pulmão é um tipo de transplante que conseguimos apenas uma quantidade pequena de órgãos. De cada 10 doadores não vivos de rim, nós conseguimos aproveitar um pulmão.
De acordo com o médico, isso ocorre porque o órgão respiratório se deteriora rapidamente. Jatene explica que "o pulmão é um órgão que se infecta e acumula líquidos com muita facilidade".
Com o procedimento que foi recentemente aprovado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa, vinculada ao Ministério da Saúde, para ser usada em pacientes, o médico espera que o aproveitamento suba de 10% para 15% e até 20% dos órgãos disponíveis.
- A nossa expectativa é quase dobrar [o número de transplantes].
Existem hoje 85 pacientes na fila de espera por um pulmão no estado de São Paulo. No ritmo atual para as cirurgias de transplantes de pulmão, a espera pelo atendimento pode durar três anos, afirma Jatene. Ele ainda conta que, anualmente, uma importante quantidade de pacientes é perdida, já que não conseguem esperar pela cirurgia por um tempo tão longo
O médico ressaltou, no entanto, que os pacientes poderão optar por receber um órgão “recondicionado”, ou esperar por um pulmão que esteja naturalmente em boas condições.
- Evidentemente que nós vamos informar que o órgão destinado a ele seria um órgão submetido a essa técnica do recondicionamento. Se houver aceitação, será feito [o transplante].