Imprimir

Notícias / Economia

Se propostas do G20 forem bem executadas, evitarão estragos no futuro, diz economista

ABr

Se as decisões tomadas no encontro do G20, grupo das 20 maiores economias do mundo, forem bem executadas, podem contribuir para que a crise da economia mundial não crie tantos estragos no futuro. Segundo o professor de economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Júlio Gomes de Almeida, os economistas e os governos não têm "uma varinha de condão" para resolver toda a questão da economia, mas podem minimizar o processo de crise, criando soluções no longo prazo.

"Pode ser que, em vez da economia mundial ter crescimento negativo, eventualmente tenha crescimento um pouco mais baixo do que antigamente, mas não um [crescimento] negativo”, disse Júlio Almeida.

De acordo com o economista, ainda não há como saber se haverá resultados imediatos das decisões tomadas na região, mas não deve demorar para que ocorram reflexos para os empresários e os consumidores, que vão perceber o que os governantes estão fazendo para enfrentar a crise financeira internacional.

“Ainda há dúvidas sobre possíveis mudanças em nível mundial, mas são relevantes as declarações de princípios, ações e políticas [aprovadas na reunião]. E o mundo dos negócios funciona assim. Quando se sabe que os governos estão agindo, o mundo dos negócios reage.”

Apesar de não vislumbrar solução imediata para os problemas gerados pela crise, o professor disse acreditar que as decisões do G20 contribuam para balancear o sistema financeiro mundial. “O sistema bancário ainda está muito frágil e, apesar de os governos internacionais gastarem muito dinheiro tentando equilibrar, ainda não conseguiram. Não há luz no fim do túnel, mas o que se tem certeza é que o G20 está atuando e que isso pode significar um equilíbrio no futuro”, conclui.

Entre as medidas aprovadas na reunião do G20, na semana passada em Londres, destaca-se a criação de um fundo de socorro à economia mundial, no valor de US$ 1,1 trilhão, e a possibilidade de países antes considerados pobres emprestarem dinheiro, por meio do Fundo Monetário Internacional (FMI), aos países que estão afetados pela crise mundial. O documento final do G20 também menciona o combate aos paraísos fiscais e maior controle do sistema financeiro internacional.
Imprimir