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Frente parlamentar para combater o crack é criada em SP

G1

A Frente Parlamentar de Enfretamento ao Crack e outras Drogas foi lançada nesta terça-feira (31) em São Paulo, na Assembleia Legislativa, para buscar recursos no combate às drogas. Um relatório foi enviado aos municípios do estado para levantar dados sobre a proliferação e uso do crack e outras drogas no estado.

O questionário inclui perguntas sobre os gastos que os 645 municípios do estado têm com dependentes químicos, sobre as políticas adotadas pelas prefeituras, quais são a drogas mais usadas e quanto cada município precisa para o combate. Um documento vai ser elaborado e enviado aos governos estadual e federal.

“Vamos pegar esses indicativos do estado. Queremos produzir esse importante documento que nem o estado tem hoje. E a vamos cobrar do governo federal um aporte de recursos”, afirma o deputado Donisete Braga, presidente da Frente Parlamentar de Enfretamento ao Crack e outras Drogas.

“ A Prefeitura de São Paulo, que é a mais importante da America Latina, tem a obrigação de ter uma política que possa atacar na causa e que a gente possa recuperar esses jovens que estão 24 horas usando crack”, diz.

Ações municipais sem apoio estadual e federal são, na opinião do coordenador de estudos técnicos do Conselho Nacional de Municípios (CNM), um dos maiores entraves para resolver a questão. Segundo Eduardo Stranz, de acordo com dados do Portal Observatório do Crack, que une informações de prefeituras de todo o país, as ações de combate são feitas somente com recursos municipais, sem ajuda do estado e da União.

“Cerca de 3.900 cidades participaram do levantamento e o resultado indica que mais de 90% têm problemas com o tráfico e o uso das drogas. Precisamos de uma política nacional. Hoje ela ainda está sendo reformulada. O que temos no portal são os municípios que trocam informações de boas práticas para melhorar esse problema”, afirma.

Segundo ele, especialistas dizem que o álcool e a maconha são porta de entrada para o crack, "uma droga barata". O médico e representante da Coordenadoria de Atenção às Drogas Luiz Alberto Chaves de Oliveira diz que o mais importante é se preocupar com a droga legalizada, como o álcool, o tabaco e os medicamentos.

“Ela é a porta de entrada para outras drogas. Em uma pesquisa feita em 2010, em quase metade das escolas particulares do ensino médio de São Paulo, 70% dos alunos tinham usado álcool e, o pior, nos últimos 30 dias, um terço deles tinha feito uso exagerado, o ‘big drink’, tomado um porre." Oliveira diz que comandará a Coordenadoria de Políticas Públicas sobre Drogas no Estado de São Paulo.

“O objetivo é ter uma ação intersecretarial e coordenadar e criar novas políticas públicas de combate às drogas. Só na Cracolândia, em São Paulo, são aproximadamente uma população oscilante de 500 usuários”, diz a secretária estadual de Cidadania e Justiça, Eloísa Arruda.
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