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Notícias / Esportes

Fifa teve faturamento de US$ 1,3 bilhão em 2010

G1

A Fifa teve receitas de US$ 1,3 bilhão em 2010, uma quantidade equivalente à riqueza de um pequeno país.

A entidade, fundada em 1904 em Paris e que nos anos 70 empregava menos de dez pessoas em turno integral, transformou-se em uma instituição de enorme influência política, cultural e econômica no mundo.

O sociólogo e historiador David Goldblatt lembra que a Fifa era, nas suas origens, um organismo que funcionava graças a voluntários.

'Na última metade do século, a Fifa se transformou devido à globalização da televisão e o poder global econômico', disse Goldblatt à BBC.

Nos últimos quatro anos, a Fifa lucrou US$ 639 milhões graças às Copas do Mundo. A Copa do Mundo na África do Sul foi responsável por 87% das suas receitas da entidade entre 2006 e 2010, sobretudo com os direitos de transmissão de televisão.

'O boom global da importância e da riqueza do futebol que começou com [o ex-presidente da Fifa] João Havelange alcançou novos patamares com [o atual presidente] Sepp Blatter', afirma Goldblatt.

No terceiro mandato de Blatter, a Fifa teve receita de US$ 4,2 bilhões e lucros de US$ 639 milhões.

'A Fifa nasceu em uma era de amadorismo de um esporte internacional não politizado e não comercializado. A chegada de tanto dinheiro e poder à Fifa, não prevista pelos seus fundadores, foi o que a prejudicou', afirma o historiador.

Negócio global

Blatter nega que haja uma crise na Fifa, mas o alerta feito pelos patrocinadores Adidas, Coca-Cola e Visa pode ter repercussões, dado o poder econômico das multinacionais.

Em 2007, a Adidas fechou um acordo de US$ 315 milhões válido por sete anos, o que inclui as Copas do Mundo de 2010 e 2014. A Coca-Cola tem um acordo que chega a US$ 500 milhões.

Ambos os contratos formam parte de um esquema de patrocínio que contribui de forma significativa para o faturamento da Fifa.

Com a recente 'chuva' de dinheiro que entrou na Fifa, também cresceram os problemas e denúncias de corrupção interna.

As fotos tiradas pelo dirigente caribenho Fred Dunn - de US$ 40 mil em maços de dólar oferecidas como presente de um dos executivos da Fifa - viajaram o mundo e viraram uma espécie de símbolo das práticas da instituição.

Lunn disse que a quantia lhe foi presenteada em uma reunião com Mohammed Bin Hamman, o dirigente que chegou a concorrer com Sepp Blatter na eleição para presidência da Fifa.

Hamman renunciou à disputa e foi suspenso da Fifa por tentar comprar votos no processo eleitoral.
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