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Mãe de bombeiro sofre parada cardíaca ao ver quartel da corporação ser invadido

G1

Uma senhora de 61 anos foi vítima de uma parada cardíaca após ver seu filho envolvido na invasão do Quartel Central dos Bombeiros, na Praça da República, Centro do Rio, na noite de sexta-feira para sábado. Edir Loureiro de Freitas, de 61 anos, é moradora de Campo Grande e mãe do sargento Adriano de Freitas, do grupamento de Angra dos Reis.

>> FOTOGALERIA: Confira imagens exclusivas da invasão dos manifestantes

Edir é hipertensa e se assustou ao ver que o Batalhão de Operações Especiais (Bope) invadiria o local onde estava o filho. Imediatamente, ela procurou um hospital. Segundo Adriano, teria sido o Hospital Rocha Faria, onde foi atendida.

No meio do atendimento, Edir sofreu uma parada cardíaca, mas foi reanimada. Ela já recebeu alta e está na casa da filha, já que Adriano permanece preso.

Bope invade quartel na manhã de sábado

O Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (Bope) invadiu, por volta das 6h deste sábado, o quartel do Comando-Geral dos Bombeiros, na Praça da República, Centro do Rio. O local estava ocupado desde a noite de sexta-feira por dezenas que manifestantes que reivindicavam aumento salarial, vale-transporte e melhores condições de trabalho. Para entrar no local, a PM usou bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo. Pouco antes, foram ouvidos barulho de disparos de armas de fogo vindos do interior do quartel.

Trezentos bombeiros que protestavam por melhores salários e condições de trabalho invadiram o Quartel-Central da corporação, na Praça da República, sexta-feira à noite. Eles penduraram faixas de protesto nos veículos de combate a incêndio, impedindo os que estavam de serviço de sair para trabalhar. Manifestantes agrediram o comandante do Batalhão de Choque, coronel Waldir Soares Filho, que foi ferido na perna.

“Agora a briga é com a PM”, avisou o comandante-geral, Mário Sérgio Duarte, ao saber da agressão. Ele foi ao pátio da corporação com colete a prova de balas e bloqueou com carro a saída do QG. Por volta das 22h, alertou que todos seriam presos se não deixassem o quartel. Mário Sérgio prendeu o ex-corregedor da PM coronel Paulo Ricardo Paul, que apoiava o protesto. O secretário de Saúde e Defesa Civil do estado, Sérgio Côrtes, decidiu antecipar para hoje a volta dos EUA ao Rio.

Na tarde de sábado, o governador Sérgio Cabral exonerou o coronel Pedro Machado e anunciou Sérgio Simões como novo comandante da corporação.

Mulheres como escudo


PMs do Batalhão de Choque, do 3º BPM (Tiradentes) e a cavalo cercaram o prédio. Quase 2 mil ficaram do lado de fora gritando palavras de ordem com ajuda de carro de som. Na tentativa de evitar que as tropas usassem a força para dispersá-los, manifestantes atravessaram um caminhão da corporação entre o pátio e o portão e montaram cordão de isolamento com mulheres.

Às 19h30, os bombeiros forçaram o portão, se sentaram no pátio e avisaram que só sairiam após negociar com o governador Sérgio Cabral, o vice, Luiz Fernando Pezão, ou o comandante-geral dos bombeiros, coronel Pedro Machado. Mas, por volta das 22h10, dezenas de manifestantes começaram a deixar o quartel.

Guarda-vidas querem R$ 2 mil

Os protestos de guarda-vidas começaram no mês passado, com greve que durou 17 dias e levou cinco militares à prisão. A paralisação acabou sendo revogada pela Justiça.

Eles voltaram às ruas com apitaço e fogos de artifício. À tarde, pelo menos três mil protestaram na escadaria da Assembleia Legislativa (Alerj).

Um dos líderes do movimento, cabo Benevenuto Daciolo, explicou que eles voltaram às ruas porque até agora não teriam recebido contraproposta do estado sobre a reivindicação de aumento do piso mínimo para R$ 2 mil. Segundo ele, os guarda-vidas recebem cerca de R$ 950.
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