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Senadora do PP diz que vai assinar CPI mista do caso Palocci

G1

A senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS) anunciou na sessão desta segunda (6) que irá assinar o requerimento da oposição que solicita a abertura de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) para investigar a evolução patrimonial do ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci.

O ministro enfrenta uma crise política após o jornal "Folha de S.Paulo" publicar reportagem afirmando que ele teve o patrimônio aumentado em 20 vezes entre 2006 e 2010, quando era deputado federal.

A assinatura da senadora do PP será a 20ª no requerimento que está na mesa do líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR). Na semana passada, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) já havia assinado o texto, que agora precisa de mais sete adesões para atingir o mínimo exigido de 27 assinaturas no Senado. Já na Câmara o requerimento de CPI mista precisa de 171 assinaturas.

A senadora gaúcha disse que tomou a decisão porque considerou insuficientes a as explicações apresentadas pelo ministro em entrevista à TV Globo e ao jornal “Folha de S.Paulo” na sexta (3). Ana Amélia também disse que pesou a demora do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, em fornecer informações sobre o caso aos senadores.

“Primeiro, a demora do procurador-geral da República no fornecimento das informações. Essa era uma condição segundo a qual eu tomaria a decisão de assinar ou não a instalação da CPI. E, segundo, porque acompanhei as entrevistas do ministro Antonio Palocci e elas não me foram convincentes em relação as duvidas que tinha”, afirmou Ana Amélia.

Se atingir o número necessário, o líder do PSDB já disse que irá propor a abertura da CPI apenas no Senado. Ao justificar sua decisão de ser assinar a investigação, Ana Amélia lembrou os tempos em que o partido da presidente Dilma Rousseff era oposição ao governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso:

“Creio que não haverá um problema maior para o governo em relação à CPI. Afinal, o Partido dos Trabalhadores sempre usou a CPI como um instrumento político. Então, é fazer exatamente isso, o Congresso precisa usar de suas prerrogativas.”

A assinatura da senadora gaúcha é a terceira de parlamentares de partidos que integram a base do governo no Senado. Além de Ana Amélia, o requerimento da oposição tem 11 assinaturas de senadores do PSDB, quatro assinaturas de parlamentares do DEM, duas do PSOL e duas do PMDB. A senadora do PP lembrou que o líder do partido na Casa, senador Francisco Dornelles (RJ), liberou a bancada para decidir como proceder no caso.

Caso Hargreaves
Ana Amélia também citou o caso envolvendo Henrique Hargreaves, então ministro-chefe da Casa Civil do governo do presidente Itamar Franco, que foi afastado do cargo após denúncias de irregularidades orçamentárias e voltou fortalecido ao posto depois de prestar esclarecimentos.

“O presidente Itamar Franco afastou o ministro, que depois de apuradas todas as denúncias e verificada a inocência de Hargreaves nas denúncias, ele voltou ao cargo com muito mais força e prestígio e Itamar Franco demonstrou ao país de como uma gestão com seriedade e um ato enérgico de um estadista é possível mostrar que podemos ter na política atitudes éticas”, analisou Ana Amélia.

Ainda segundo a senadora do PP gaúcho, a saída de Palocci do cargo seria necessária para estancar o processo de desgaste em relação ao governo e ao próprio ministro: “Quando esse processo começa, ele não tem fim. Enquanto todas as coisas não forem esclarecidas, é um desgaste muito grande não só para o ministro, [mas para o governo].”

Simon
Embora já tenha até utilizado a tribuna do Senado para pedir o afastamento de Palocci do cargo, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) disse que vai aguardar a decisão do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, sobre a possível abertura de investigação do enriquecimento do ministro. Se o procurador não determinar a abertura do procedimento, Simon promete apoiar a CPI mista.
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