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Governo vai trabalhar como se a crise estivesse resolvida, diz ministro

G1

O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, afirmou nesta terça-feira (7), que, a partir da decisão do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, de arquivar as representações protocoladas pela oposição que pediam a abertura de inquérito para investigar a evolução patrimonial do ministro Antonio Palocci, o governo vai trabalhar como se a crise estivesse resolvida.

Questionado se a decisão de Gurgel acabava com a crise política envolvendo Palocci, Paulo Bernardo disse que "a crise sempre tem mercado e existe gente que ganha investindo em crise, mas o governo vai trabalhar como se isso estivesse resolvido". Ele participou da abertura do 26º EncontroTeleSíntese, em Brasília.

Segundo reportagem publicada pelo jornal “Folha de S.Paulo” em 15 de maio, o patrimônio de Palocci cresceu 20 vezes entre 2006 e 2010, período em que era deputado federal. Desde então, a oposição tenta convocá-lo para prestar esclarecimentos no Congresso e coleta ainda assinaturas para instalação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI).

Paulo Bernardo comentou a decisão de Gurgel de arquivar as representações. "Para o Palocci, foi bom. Portanto, corroborou o que o ministro [Palocci] disse desde o começo e agora foi ratificado pela PGR. O procurador recebeu todos os documentos, até comprovantes de pagamentos de impostos, e definiu que não há nenhhum ilícito".

Citado por alguns jornais como um dos cotados para assumir a Casa Civil caso Palocci deixe o cargo, o ministro negou que tenha discutido o assunto com a presidente Dilma Rousseff. "Conversei com Dima só sobre assuntos da pasta. Conversamos sobre internet", disse Paulo Bernardo.

Na Justiça
Apesar do arquivamento das representações por parte da PGR, Palocci ainda é investigado pelo Ministério Público Federal do Distrito Federal, que tenta verificar se houve improbidade administrativa na evolução patrimonial. Foi aberta uma investigação na área civil, numa etapa anterior à instauração de um inquérito civil.

Como ministro de Estado, Palocci tem foro privilegiado e somente o PGR pode investigá-lo na esfera penal.

No Congresso
O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), deve decidir nesta terça se anula ou não a decisão da Comissão de Agricultura da Casa, que na última quarta (1º) aprovou requerimento de convocação de Palocci.

Os deputados da base aliada do governo na Câmara, maioria na Comissão de Agricultura, alegaram que a votação do requerimento foi irregular e pediram a anulação da decisão. O deputado Paulo Piau (PMDB-MG) apresentou questão de ordem no plenário da Câmara pedindo a anulação da convocação do ministro pela comissão. Diante da questão de ordem, Maia suspendeu a decisão até esta terça-feira.

Durante a votação do requerimento, o presidente da comissão, Lira Maia (DEM-PA), consultou os integrantes do colegiado: “Os deputados que aprovam permaneçam como estão.” Os integrantes da base governista, em maioria na comissão, ficaram confusos e nem todos levantaram os braços para rejeitar a matéria. Entre a abertura e o encerramento da votação, passaram-se cerca de sete segundos.

O presidente da comissão, que é da oposição, declarou então a votação encerrada e aprovou o requerimento convocando Palocci. O requerimento solicita a convocação de Palocci para “explicar os termos da consultoria prestada pela Projeto a empresas do ramo agroindustrial objeto de denúncia vinculadas na internet”.
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