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Novos tremores abalam Roma e Áquila; mortos já passam de 200

Folha Online

Dois tremores com intensidade aproximada de 5,6 graus, medidos pelos Instituto de Pesquisa Geológica dos Estados Unidos, atingiram as cidades de Roma e Áquila nesta terça-feira, por volta das 19h40 (14h40 no horário de Brasília) um dia depois do terremoto que matou mais de 200 pessoas e deixou 1.500 feridos.


Pedaços de concreto caíram de alguns prédios da capital italiana e as equipes de resgate tiveram que acalmar os moradores em Áquila, região mais afetada pela tragédia. Segundo as agências de notícias France Presse e Ansa, uma pessoa morreu.

O tremor teve profundidade de 13,1 quilômetros, e foi detectado 70 quilômetros ao oeste da cidade de Pescara, na região de Abruzzo. O epicentro foi localizado na zona compreendida entre os municípios de San Panfilo D'Ocre, Sant'Eusanio Forconese e Fossa, todos em Abruzzo.

O abalo causou a queda de partes da igreja das Almas Santas na praça Duomo, de Áquila, cuja cúpula já estava danificada. Além disso, gerou escombros dos edifícios atingidos pelo terremoto da madrugada de segunda. O tremor derrubou os contêineres de água que tinham sido instalados na estação de trens da capital de Abruzzo.

Na manhã desta terça-feira, duas réplicas --tremores secundários de intensidade menor que ocorrem depois de terremotos-- também foram registrados na região. A primeira réplica, que aconteceu por volta das 11h26 (6h26 no horário de Brasília) e foi de 4,3 graus na escala Richter, foi seguido por outro ainda mais forte, seis minutos depois, que gerou enorme pânico entre a população, segundo a Defesa Civil italiana.

Mais de 17 mil pessoas estão desabrigadas no maior terremoto registrado no país nas últimas três décadas. Os moradores improvisaram barracas e alguns passaram a noite nas montanhas, sem cobertor e com frio. Entre dez mil e 15 mil prédios foram danificados com a tragédia.

O sismo foi o pior a atingir a Itália desde 23 de novembro de 1980, quando um tremor de 6,5 graus na escala Richter matou 2.735 pessoas. Áquila é a capital da região de Abruzzo e fica em um vale cercado pelos Montes Apeninos. O tremor aconteceu às 3h30 desta segunda-feira (6) --22h30 de domingo (5), em Brasília.

As equipes de resgate começaram hoje a demolir de forma coordenada os prédios sob risco de desabamento em Áquila, enquanto o governo prepara a divulgação da lista de mortos na tragédia. A publicação dos nomes estava prevista nesta terça-feira, mas a Defesa Civil atrasou a contagem.

Christiano Chiodi/Efe

Mulher observa carros destruídos por pedaços de concreto que desabaram de prédio atingido por terremoto

República estudantil

Nesta terça-feira, as equipes de resgate encontraram os corpos dos quatro jovens que estavam desaparecidos em uma residência estudantil. "Estão mortos os quatro estudantes sob os escombros da Casa do Estudante. É uma tragédia", confirmou o reitor da Universidade de L'Aquila, Ferdinando di Orio.

O caso dos quatro jovens é um dos que mais chamou a atenção da Itália, que assiste consternada à tragédia enfrentada pelo país desde a segunda-feira (6), após o terremoto, de 5,8 graus na escala Richter, segundo o Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia (INGV) da Itália, que assolou a região de Abruzzo.

Para ajudar os desabrigados pela tragédia, o diretor da Agência Tributária italiana, Attilio Befera, anunciou nesta terça-feira em declarações à emissora Radio 1 que foram suspensas as cobranças de impostos locais e nacionais para os municípios atingidos.

Alerta

A Defesa Civil avisou nesta terça-feira aos moradores para desconsiderem uma série de mensagens enviadas por telefone celular alertando sobre um suposto novo terremoto que aconteceria em breve, o que provocou cenas de pânico e obrigou-a a desmentir o trote através dos meios de comunicação.

O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi visitou nesta terça-feira os desabrigados na cidade de San Demetrio, vizinha a Áquila, quando recebeu uma ligação telefônica do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.

O primeiro-ministro disse aos jornalistas ter dito para Obama que "se os Estados Unidos querem dar um sinal clara de sua proximidade com a Itália podem assumir a responsabilidade pela reconstrução dos bens culturais e da igreja". Anteriormente, Berlusconi rejeitou a ajuda dos Estados Unidos e disse que o governo italiano tem condições de reconstruir o país.

Obama

Questionado pelos jornalistas sobre a resposta de Obama, Berlusconi afirmou que o presidente americano considerou-a "uma ótima ideia da qual falaremos" quando o primeiro-ministro da Itália for a Washington.

A chamada foi confirmada pela embaixada dos Estados Unidos na Itália, que emitiu uma nota na qual acrescenta que Obama expressou a Berlusconi "suas profundas condolências, e as do povo americano, pelas vítimas do terremoto". 

 Atualizado às 16h17.


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